As alunas da EEB Professor Alexandre Sérgio Godinho, em Biguaçu, terão que ter autocontrole no retorno das aulas, na manhã desta quarta-feira. Depois de um entupimento no sistema de tubulação de esgoto do banheiro feminino, que resultou na interdição da Escola pela Vigilância Sanitária do município por quatro dias, a direção vai improvisar dois banheiros dos professores para cerca de 300 meninas. Antes eram quatro.

Somente nesta terça-feira que uma empresa terceirizada começou a trabalhar no local para solucionar o problema. A diretora Maria Margareth Rodrigues Zeferino garantiu que as obras não vão comprometer as aulas.

— O restante dos trabalhos continuará sendo feito ao logo da semana — explicou a diretora.

Gered sabia do problema

O transtorno poderia ter sido evitado se a Gerência Regional de Infraestrutura tivesse feito as melhorias quando foi intimada pela Vigilância Sanitária Municipal, no dia 26 de junho. Mais de um mês antes do reinício das aulas na rede estadual de ensino, no dia 5 de julho.

No documento do órgão, o problema no banheiro feminino da escola era relatado com detalhes. Os reparos deviam ter sido providenciados com "a máxima urgência".

— O sistema de tubulação de esgoto danificado ou saturado está provocando vazamento das águas (do esgoto) e escorrendo para a área do refeitório, contribuindo para contaminação de todo ambiente, bem como ponde em risco sério a saúde dos alunos e funcionários — dizia o texto, que terminava com um aviso: o não cumprimento acarretará interdição do estabelecimento.

A EEB Alexandre Sérgio Godinho foi fundada em 1960 e funciona no atual prédio desde 1983. Nesse período, sofreu apenas uma reforma, há cerca de 10 anos. Em 2009, recebeu pavimentação.

Gerente diz que escola não tem problema

A EEB Alexandre Sérgio Godinho não tem apenas problemas na tubulação de esgoto. Há rachaduras nas paredes e o forro de alguns cômodos está cedendo. Uma das salas fica inutilizada em dias de chuva por problemas de goteira, segundo Maria Margareth.

A diretora diz que não faltam solicitações para melhorias no colégio na caixa de correio da gerente de infraestrutura da SDR da Grande Florianópolis, Mara Terezinha Araújo. A responsável por não ter encaminhado os reparos no sistema de esgoto da escola ainda em junho desconversa.

— Esta escola não tem problema. Tem escola muito pior. O que tem, na verdade, são alunos que jogam papel higiênico no vaso e aí entope tudo. Aí é um problema de gestão, e não de infraestrutura, que a direção da escola tem que responder — acusou a gerente.

Pacto excluiu a Godinho

O Pacto pela Educação prevê ainda a reforma de 7 escolas, construção de 24 coberturas de quadras de esporte e um complexo esportivo com investimento de R$ 21 milhões. Outras oito escolas estão sendo reformadas, em um total que supera R$ 13 milhões. Infelizmente, para os 550 alunos, a EEB Alexandre Sérgio Godinho não foi incluída no Pacto.

Escolas em reforma:

Florianópolis:
EEB Laura Lima _ R$ 1.255.270,35
EEB America Dutra Machado _ R$ 1.493.988,76
EEB Jurema Cavalazzi _ R$ 148 mil
EEB Irineu Bornhausen _ R$ 149 mil
EEB Tenente Almachio _ R$ 147 mil

Palhoça:
EEB Venceslau Bueno _ R$ 1.225.042,64
EEB Vicente Silveira _ R$ 1.966.566,92
EEB Maria Clementina Lopes _ R$ 216 mil
EEB Dom Jaime de Barros Câmara _ R$ 1,55 milhão

Biguaçú:
EEB Emérita Duarte da Silva _ 910 mil

Santo Amaro da Imperatriz:
EEB Anísio Vicente de Freitas _ R$ 778 mil

Em Construção:
Escola Jovem, do Sul da Ilha - R$ 5,8 milhões
EEB Júlio da Costa Neves - Via Expressa Sul - R$ 7,4 milhões