Vestibular | 06/08/2013 02h32min
Confira o texto de João Porto Alegre Lopes, 15 anos, aluno Colégio Farroupilha, de Porto Alegre, vestibulando de Medicina e vencedor do redAção ZH 2013.
Por um futuro melhor
Ao longo do mês de junho, sucederam-se inúmeras manifestações populares que tinham como propósito expressar a insatisfação e o desamparo do povo brasileiro. Não se constatavam mobilizações de tamanha amplitude desde 1992, quando se deu a deposição do então presidente Fernando Collor. Ocorre que, de lá para cá, os jovens, protagonistas desse tipo de movimento, mostravam-se passivos e resignados a assistir às mazelas do governo.
Sob o pretexto do aumento do preço do transporte público, milhares de brasileiros, enfim, saíram às ruas para lutar pelas mais diversas causas, desde a corrupção até os gastos para a Copa do Mundo. Pode-se dizer, desse modo, que a juventude do Brasil, já cansada do descaso e da leniência de seus mandatários, está, sim, mais disposta para protestar a respeito de tudo o que julga errado.
Quando veio à tona o escândalo do Mensalão, já em meados dos anos 2000, pouco se fez para que os mentores da trama fossem devidamente punidos. Prova eloquente disso é o fato de os autores desse esquema de compra de votos estarem sendo pauta de julgamentos atuais, anos após a elucidação dos crimes. A partir disso, questiona-se: onde estavam os jovens naquele período? Não deveriam eles promover manifestações veementes assim como as que observamos em 2013?
Diante dessa realidade, conclui-se que houve uma drástica modificação no que tange à conduta dos cidadãos menos experientes. Cabe ressaltar que esses mesmos indivíduos, embora pouco maduros, têm o poder de, quando unidos, promover mudanças significativas na política vigente. Para tanto, levantam-se do berço esplêndido e mostram que, felizmente, assemelham-se mais à juventude revolucionária dos anos 80 e 90 do que à geração conformada da última década.
Ao governo, cabe interpretar com lucidez o fatídico mês de junho, considerando as principais queixas da população e, em caráter de urgência, atender às demandas desses ativistas que bradam por uma nova forma de se fazer política. Tendo em vista que a divergência de ideias é um valor basilar da democracia, concerne a nós, jovens, que temos uma mente mais aberta, expor nossos ideais a fim de buscar um futuro mais digno para todos. Vamos à luta!
Comentário da professora Luísa Canella
> Este texto é diferenciado por apresentar uma abordagem bastante objetiva, clara e crítica em relação à postura do jovem quanto aos últimos fatos políticos da história nacional. Além disso, João demonstra fazer um uso qualificado dos recursos coesivos da língua portuguesa.
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