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A Educação Precisa de Respostas  | 02/08/2013 16h02min

Vestibular: a hora da verdade para os adolescentes

Para quem já se decidiu ou para aquele que prefere dar um tempo nos estudos, começa o período de planejar os próximos passos

O segundo semestre do terceiro ano do colegial é visto como um momento crucial na vida dos adolescentes. Um período em que são pressionados, tanto pela instituição de ensino quanto pela família para escolher além de uma carreira, um caminho a seguir. Encarar a maratona do vestibular é uma opção, mas não a única: há quem esteja indeciso e prefira dar um tempo para amadurecer a decisão.

“Quando se termina o colégio e ainda não se tem certeza de qual carreira seguir, é importante que o adolescente passe a pesquisar, experimentar e vivenciar as áreas de maior aptidão para poder ir refinando essa busca”, alerta Maria Edna Scorcia, diretora pedagógica do Colégio Joana D’Arc. Nesses casos, segundo ela, uma dica é procurar outras atividades, como intercâmbios e cursos de línguas no exterior, por exemplo.

Abandonar a ideia convencional que se tem quanto ao ingresso na faculdade pode ser difícil para os estudantes e custoso para os pais.

“Quanto à ansiedade dos pais em relação a esse tempo que se faz necessário à alguns adolescentes, oriento que apoiem seus filhos, pois eles já estão sob pressão social e é dever dos pais darem amparo no momento de angustia e indecisão, lembrando que optar por um curso é mais que escolher uma carreira: é esboçar um projeto de vida e eles devem fazer parte disso”, aconselha Quezia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp.

Nos casos em que os adolescentes estão muito indecisos dar um tempo pode mesmo ser benéfico. Mas as escolhas em relação à utilidade que se dará ao período longe dos vestibulares é extremamente relevante. “Por ser ainda jovem, o jovem deve focar sua escolha em algo que leve em consideração o ser humano como um todo e a sua capacidade de ser feliz na vida pessoal e profissional”, diz Maria Edna Scorcia. “Sem isso, uma decisão como essa não fará muito sentido.”

No caso dos adolescentes que já têm uma decisão tomada sobre a carreira a seguir, não custa lembrar que faltam exatos quatro meses para a maratona dos vestibulares. Para alguns, a sensação é que há tempo de sobra para colocar em dia todo o conteúdo cobrado nos exames. Mas não é bem assim. Deixar os estudos para a última hora pode  prejudicar o rendimento na prova e levar o estudante ao clássico quadro de stress pré-vestibular.

Para evitar problemas, a solução é planejar, ou seja, programar o quê, como e quando estudar, garantindo ao candidato tempo e disposição para manter uma rotina saudável, com momentos para o lazer e o relaxamento.

"Estamos chegando num período em que o estudante começa a se dar conta de que falta pouco para os exames”, lembra Quézia Bombonatto. "E o segredo para se dar bem é a autoconfiança, que só se constrói com o tempo. Por isso, a importância do planejamento de médio e longo prazos”.
A psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano trabalha com processos de orientação vocacional em sua clínica na região do Morumbi. Ela explica por que os meses que antecedem as provas são mesmo marcados por stress. "Nessa fase, o estudante percebe que está prestes a empreender uma importante mudança, abandonando o conforto do colégio e escolhendo uma profissão", diz.

Para conquistar a autoconfiança de que também fala Quezia Bombonatto, Ana Cássia orienta os estudantes a deixar de lado a desconfiança acerca do próprio conhecimento.

"Muitas vezes, o estudante perde a noção do quanto aprendeu nos anos em que passou no colégio ou no cursinho: isso pode trazer a sensação de pânico diante das provas", diz. "É preciso confiar no conhecimento adquirido ao longo de anos, ao invés de tentar engolir apostilas, de forma desesperada, em apenas um mês."

A especialista orienta os vestibulandos a se concentrar nas matérias com as quais têm menor afinidade.

"Dedique os últimos meses às disciplinas e assuntos que parecem mais difíceis, ao invés de tentar, inutilmente, abraçar o mundo", ensina. "Reconhecer que é impossível dar conta de tudo também ajuda."

Outro auxílio é elaborar um plano B (e até um C) caso a tão esperada aprovação na universidade dos sonhos não aconteça – e especialmente para os que estão decididos a dar um tempo na decisão.

"Não ser aprovado ou optar por não prestar o exame não impede o candidato de tentar o ingresso novamente no ano que vem, ou até mesmo de escolher outro caminho", finaliza Ana Cássia.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA, ABPP.

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