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A Educação Precisa de Respostas  | 30/07/2013 16h08min

Município da Região Norte tem o melhor índice do Estado na área da educação

Lagoa dos Três Cantos ocupa o 39º lugar em lista nacional com 52 cidades

Júlia Otero  |  julia.otero@zerohora.com.br

Investimento em transporte e vagas de sobra. Essa é a receita de sucesso do único município gaúcho que integra uma lista entre os melhores índices em educação no Brasil. Na lista com 52 posições, Lagoa dos Três Cantos ocupa o 39º lugar com uma média de 0,754. A lista leva em conta o acesso à educação conforme a idade e o nível de escolaridade adequado.

A pequena cidade de 1.598 habitantes no norte do Estado registrou um salto nos últimos 20 anos: enquanto no começo dos anos 1990 50,28% da população de cinco a seis anos estava na escola, hoje chega a 100%. O mesmo patamar é alcançado entre alunos de 11 a 13 anos que estão no final do Ensino Fundamental ou já o concluíram.


Para a secretaria municipal de Educação, Estela Maris Schumann, não foi preciso criar novas escolas para avançar no ensino. De fato, o número se manteve o mesmo: uma no interior e duas na cidade. Mas, para ela, o crescimento ocorreu quando houve emancipação de Tapera em 1992:


— Antes não havia recurso pensado para nosso povo, que é essencialmente do interior. Então havia um ônibus que fazia rota única, as crianças tinham de caminhar muito ou dar um jeito de chegar até a cidade. Hoje contamos com cinco ônibus escolares de 23 lugares e dois carros para um total de 270 alunos. Ainda investimos na escola municipal que fica na zona rural. Temos sobras de vaga: as aulas que poderiam ter 25 alunos, tem oito, 10, 14 estudantes.


O crescimento entre os adultos também é grande: a percentual de pessoas de 18 a 20 anos com Ensino Médio completo aumentou de 21,19% para 66,33%. Isso porque, até o início dos anos 1990, quem quisesse terminar os estudos precisava se deslocar para os municípios vizinhos Não-Me-Toque ou Tapera. Há oito anos foi criado o Ensino Médio na escola estadual na zona urbana do município:


— Agora é tudo mais fácil, tudo grátis. Na minha época, nem ônibus tinha. O sindicato rural pagava uma parte do ônibus particular pra gente estudar na escola pública de Tapera. Minha filha, de 10 anos, vai poder até terminar o segundo grau aqui — comemora o técnico agropecuário Acildo Francisco Hartmann, 52 anos, que nasceu no interior e vive lá até hoje.


A classificação


0,800 a 1 - Muito alto desenvolvimento humano


0,700 a 0,799 - Alto desenvolvimento humano


0,600 a 0,699 - Médio desenvolvimento humano


0,500 a 0,599 - Baixo desenvolvimento humano


0 a 0,499 - Muito baixo


Ranking por Estados


O Rio Grande do Sul aparece na sexta posição, na lista que tem Alagoas (0,631) como último colocado:


1º Distrito Federal: 0.824


2º São Paulo: 0.783


3º Santa Catarina: 0.774


4º Rio de Janeiro: 0.761


5º Paraná: 0.749


6º Rio Grande do Sul: 0.746


7º Espírito Santo: 0.740


8º Goiás: 0.735


9º Minas Gerais: 0.731


10° Mato Grosso do Sul: 0.729


Faça a consulta por município:




IDHM por décadas:


- Em 2010, apenas Porto Alegre teve o índice de desenvolvimento humano muito alto (entre 0,800 e 1). A maioria dos municípios gaúchos, 313, estava no nível considerado alto (entre 0,700 e 0,799), e outros 182 no nível médio (entre 0,600 e 0,699). Apenas a cidade de Dom Feliciano, na região sul do Estado, teve desenvolvimento humano considerado baixo (entre 0,500 e 0,599).


- Em 2000, nenhum município teve o índice de desenvolvimento humano muito alto (entre 0,800 e 1). Apenas 13 cidades estavam no nível considerado alto (entre 0,700 e 0,799). A maioria, 262, ficou concentrada no nível médio (entre 0,600 e 0,699). Já o baixo (entre 0,500 e 0,599), continha 201 cidades. Há 13 anos, 20 municípios tinham o desenvolvimento humano considerado muito baixo (entre 0 a 0,499).


- Em 1991, a situação era pior. O índice de desenvolvimento humano muito baixo (0 a 0,499) predominava no Estado e 336 municípios se encaixavam nesta classificação. Nenhum município gaúcho tinha índice muito alto (entre 0,800 e 1) ou alto (entre 0,700 e 0,799). Apenas cinco estavam na faixa considerada de médio desenvolvimento humano (entre 0,600 e 0,699) e 155 cidades eram consideradas com baixo (entre 0,500 e 0,599) IDHM.

ZERO HORA
Doris Kiendzierewicz / Especial

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Foto:  Doris Kiendzierewicz  /  Especial


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