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A Educação Precisa de Respostas  | 30/07/2013 07h31min

IFSC e IFC oferecem cursos superiores de bacherelado, licenciatura e tecnologia

Veja as principais características de cada um dos institutos e de cada tipo de curso

Camila Penha  |  camila.penha@diario.com.br

Opção de formação superior gratuita e de qualidade, os institutos muitas vezes ficam fora da lista dos estudantes por serem pouco conhecidos e por investirem nos cursos de tecnologia. Diferentes das universidades federais, que oferecem cursos de graduação e pós-graduação, os institutos federais contemplam ainda as formações básicas. Isso significa que são oferecidas vagas para ensino médio, cursos técnicos, cursos superiores e pós-graduação, sempre com foco na educação profissional e tecnológica.

Entre os 38 institutos do país, Santa Catarina conta com dois: o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e o Instituto Federal Catarinense (IFC).

A pró-reitora de ensino do IFC, Josete Pereira, aponta que uma das funções dos institutos federais é estar atento às necessidades do mercado de uma comunidade, e retribuir com a formação profissional que preencha tal necessidade.

Com a notícia de que a montadora alemã BMW se instalaria em Araquari, e também em função do porto de São Francisco, no último ano o instituto se dedicou a aprovar o curso de Tecnólogo em Logística no campus de São Francisco do Sul. A primeira turma, formada por alunos aprovados em processo seletivo específico, já começa em agosto. Os cursos podem ser ofertados por alguns anos e depois, se for a avaliação do instituto, deixar de ser oferecidos.

— Cada instituto federal tem o seu conselho superior e uma certa autonomia para a criação de cursos. Depois que ele está formado, uma equipe do MEC avalia e autoriza o curso — explica a professora.

Processo seletivo

O ingresso nos dois institutos é feito pelo vestibular e por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do governo federal, que se baseia na nota do Enem. Diferente do IFSC, o IFC conta com um único processo seletivo, apenas no início do ano. 50% das vagas são destinadas ao Sisu, e os outros 50% para o vestibular. Mas atenção, para o IFSC o ingresso pelo Sisu só vale no vestibular de verão.

Vagas e cursos

- 50% das vagas são destinadas à educação profissional técnica de nível médio
- 10% vão para os cursos técnicos da Educação de Jovens e Adultos (Proeja)
- 20% são destinadas aos cursos de licenciatura
- 20% para cursos superiores de bacharelado e de tecnologia, pós-graduações e cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), conhecidos também como cursos de qualificação.

Para ingresso no primeiro semestre de 2013, o IFSC ofereceu 650 vagas em 18 cursos superiores de bacharelado, licenciatura e de tecnologia — metade foi reservada para o Sisu, e a outra metade para o vestibular da instituição. Para o segundo semestre foram mais 544 vagas em 15 cursos.

No início de 2013 o IFC ofertou 1.030 vagas em 25 cursos. Excepcionalmente, abrem-se vagas no segundo semestre. Este ano foram ofertadas 115 vagas em três novos cursos: Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Blumenau), Engenharia Mecânica (Luzerna) e Tecnologia em Logística (São Francisco do Sul). Neste caso foi realizado um processo seletivo específico para essas graduações.

Tecnólogo

Se as diferenças entre licenciatura e bacharelado geram confusão, nos institutos federais o grau de tecnólogo é motivo para ainda mais dúvidas. Frequentemente confundido com o técnico, é muitas vezes alvo de preconceito por quem desconhece as atribuições dessa formação superior.

Como explica o diretor de estatísticas e informações acadêmicas do IFSC, Gustavo Henrique Moraes, a formação em um curso superior de tecnologia é mais especializada e voltada para a produção e inovação científico-tecnológica. Geralmente tem duração menor que os cursos de bacharelado e de licenciatura, podendo ir de dois a quatro anos, e segue eixos como Ambiente e Saúde, Controle e Processos Industriais, Gestão e Negócios, Produção Cultural e Design, entre outros. No total, 13 eixos tecnológicos direcionam os cursos em todo o país.

— Considero os cursos de tecnologia mais modernos em termos pedagógicos e educacionais. Se no bacharelado o padrão são aulas expositivas, livros e provas, na formação tecnológica seguem-se módulos (termo usado para designar um conjunto de disciplinas) e, ao final de cada módulo, o aluno desenvolve projetos integradores, que exigem a aplicação de competências adquiridas em todas as matérias daquele módulo.

Dessa forma, o aluno pode ver de que maneira aquilo que ele estuda está aplicado à realidade. Isso não significa ter apenas aulas voltadas para a prática. A teoria também está presente nessa formação. Moraes aponta como vantagens para quem opta por um curso de tecnologia a menor duração e a possibilidade de direcionar o estudo para a área que mais lhe interessa ao aluno.

Uma desvantagem seria a difícil aceitação no mercado para tecnólogos que atuam em áreas onde atuam bacharéis correspondentes. Entre um tecnólogo em eletrônica e um engenheiro eletricista, por motivos culturais no Brasil o segundo é mais valorizado.


 
Larissa Anselmo não conhecia os cursos de tecnologia
antes de ingressar em Design de Produtos do IFSC
Foto: Flávio Neves / Agência RBS

Quando estava no ensino médio, Larissa Júlia Anselmo, hoje com 21 anos, não conhecia muito bem o IFSC. Ela não sabia que o instituto oferecia cursos superiores, muito menos o que era um tecnólogo. Uma professora do colégio comentou com a estudante sobre o curso de Tecnologia em Design de Produtos, e a estudante resolveu se arriscar. Agora ela está na 7ª de oito fases que a formação abrange e se encaixou muito bem.

Larissa aponta como característica positiva a integração entre as disciplinas, com a realização de projetos a cada módulo. Ela explica que nos três primeiros módulos teve disciplinas mais gerais, e depois pôde ir focando em algumas áreas, como mobiliário, embalagem, eletroeletrônico e metalmecânica, por exemplo. A estudante destaca que, ao longo do curso, apesar de ter muitos trabalhos, relatórios e artigos, teve poucas provas. Ela também aponta que no curso de Tecnologia em Design de Produto não é possível desenvolver um trabalho de conclusão de curso teórico.

Apesar de perceber que ainda existe preconceito em relação aos cursos de tecnologia, não se sente em desvantagem em relação a bacharéis na mesma área.

Bacharelado

 
Rafael Konell escolheu cursar bacherelado em Sistemas
de Informação pertinho de casa, no IFC de Camboriú
Foto: Rafaela Martins / Agência RBS

Depois de fazer o Enem em 2010, Rafael Konell, 19 anos, se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do governo federal e teve uma surpresa positiva ao descobrir que perto da cidade onde morava, Navegantes, havia um curso superior, público e gratuito, exatamente na área em que ele desejava seguir.

Escolheu o bacharelado em Sistema de informação, no campus Camboriú do IFC, e hoje se prepara para começar a 6ª fase do curso. Ou melhor, se prepara para viajar para Paris, onde vai fazer seis meses de curso de francês e dois semestres de graduação na Universidade Paris 13. Ele foi selecionado pelo programa federal Ciência em Fronteiras.

O bacharelado é um curso superior mais generalista, de formação científica ou humanística. O aluno pode se voltar para a área acadêmica, com foco na pesquisa científica e ensino no nível superior, ou para a atividade profissional. Os cursos de bacharelado em geral possuem base científica e teórica maior que a dos cursos de tecnologia.

Apesar de a grande maioria dos bacharéis que se formam no Brasil visarem a atuação no mercado de trabalho, é importante destacar a possibilidade de se dedicar à pesquisa científica. Os cursos de bacharelado têm duração, em média, de quatro ou cinco anos, podendo chegar a seis no caso da Medicina, por exemplo.

Licenciatura

Maíra Faust Correa Hoepers, 25 anos, acaba de concluir a 6ª fase do curso de Licenciatura em Química, no campus São José. A estudante chegou a se formar em um curso técnico em Farmácia em uma instituição privada, mas não conseguiu um bom lugar no mercado de trabalho.

Em 2010 ela prestou vestibular para Química na UFSC e no IFSC e foi chamada primeiro para o instituto federal. Um mês depois, quando foi chamada pela universidade, preferiu o IFSC pela proximidade com sua casa e pelo fato de o curso ser noturno e assim possibilitar que ela trabalhasse ou fizesse estágios. Maíra relata, ainda, que no instituto sentiu muita disposição dos professores e monitores em ajudar.

Quanto à essência da licenciatura, a universitária relata que as matérias de educação melhoraram suas habilidades em se expressar e conversar com as pessoas. No ano passado ela começou a dar aulas para turmas de ensino fundamental em uma escola pública de São José. Este ano, ela leciona em São Pedro de Alcântara.

 — É uma pena que a licenciatura não seja valorizada, porque o professor tem um papel muito importante. É muito gratificante dar aula e ver o aluno aprendendo.

A licenciatura é voltada para a formação de professores para a educação básica (ensinos fundamental e médio). Por isso, a graduação mescla disciplinas de teoria científica e disciplinas de educação, como pedagogia, psicologia, didática e metodologia de ensino. O objetivo não é ir para um laboratório pesquisar, mas aprender a ensinar conhecimentos de determinada área.

Cursos técnicos

Existem três tipos de cursos técnicos, que são considerados parte da educação básica. Ou seja, diferentemente do curso de tecnologia, o técnico não é um curso superior. No entanto, ele garante um diploma e uma formação que engloba atribuições profissionais regulamentadas por conselhos profissionais. O técnico em edificações, por exemplo, tem o seu registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

O mais conhecido é o técnico integrado ao ensino médio, em que o aluno faz o ensino médio e o curso técnico na mesma instituição. No técnico concomitante se faz o ensino médio em uma instituição e o técnico no instituto federal. O técnico subsequente é voltado para pessoas que já concluíram o ensino médio e desejam fazer o curso para complementar a formação.


Cursos oferecidos pelo IFSC para início em 2013/2

Câmpus Araranguá
Licenciatura em Ciências da Natureza - Habilitação em Física

Câmpus Chapecó
Engenharia de Automação e Controle

Câmpus Florianópolis (Mauro Ramos)
Engenharia Elétrica
Engenharia Eletrônica
Engenharia Mecatrônica
Engenharia Civil
Superior de Tecnologia em Design de Produto
Superior de Tecnologia em Sistemas Eletrônicos
Superior de Tecnologia em Sistemas de Energia

Câmpus Geraldo Werninghaus (Jaraguá do Sul)
Superior de Tecnologia em Fabricação Mecânica

Câmpus Jaraguá do Sul (Centro)
Licenciatura em Ciências da Natureza - Habilitação em Física

Câmpus Joinville
Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial
Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar

Câmpus São José
Engenharia de Telecomunicações
Licenciatura em Ciências da Natureza - Habilitação em Química

Ensino à distância (EAD)
Tecnologia em Gestão pública
Especialização em Gestão pública
Ensino de ciências
Gestão em saúde
Educação para a diversidade, EJA
Mídias na educação

A lista de cursos e horários oferecidos para 2014 ainda não está concluída, nem o número exato de vagas. As inscrições para o próximo vestibular do IFSC têm início em 23 de setembro e vão até 6 de setembro. A prova ocorre no dia 24 de novembro. Mais informações no site do instituto: www.ifsc.edu.br.

Lista de cursos oferecidos a partir de 2014 pelo IFC

Campus Araquari
Licenciatura em Ciências Agrícolas
Licenciatura em Química
Bacharelado em Medicina Veterinária
Bacharelado em Sistema de Informação

Campus Blumenau
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
*Curso novo, com primeira turma a partir de 2013/2.

Campus Camboriú
Licenciatura em Matemática
Licenciatura em Pedagogia
Bacharelado em Sistema de informação
Tecnologia em Negócios Imobiliários
Tecnologia em Sistemas para Internet

Campus Concórdia
Licenciatura em Matemática
Licenciatura em Física
Bacharelado em Engenharia de Alimentos
Bacharelado em Medicina Veterinária

Campus Ibirama
Tecnologia em Design de moda.
* Curso novo, com a primeira turma a partir de 2014/1.

Campus Luzerna
Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação
Bacharelado em Engenharia Mecânica
*Curso novo, com primeira turma a partir de 2013/2.

Campus Rio do Sul
Bacharelado em Engenharia Agronômica
Bacharelado em Ciência da Computação
Licenciatura em Matemática (unidade urbana)
Licenciatura em Física (unidade urbana)

São Francisco do Sul
Tecnologia em Rede de computadores
Tecnologia em Logística
Curso novo, com primeira turma a partir de 2013/2.

Campus Sombrio
Bacharelado em Engenharia agronômica
Licenciatura em Matemática (unidade urbana)
Tecnologia em Gestão de turismo (unidade urbana)
Tecnologia em Rede de computadores (unidade urbana)

Campus Videira
Bacharelado em Ciência da computação
Licenciatura em Pedagogia 

Mais informações em www.ifc.edu.br.

DIÁRIO CATARINENSE
Daniel Conzi / Agencia RBS

Maíra Faust Correa Hoepers vai para a 7ª fase de Licenciatura em Química, no campus do IFSC em São José
Foto:  Daniel Conzi  /  Agencia RBS


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