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A Educação Precisa de Respostas  | 24/07/2013 10h23min

Como controlar a alimentação dos filhos durante as férias

Pais devem ficar atentos para que a nova rotina não afete os bons hábitos à mesa

A alimentação é um dos problemas enfrentados pelos pais na hora de educar os filhos. E pode ser ainda mais dificultado no período de férias escolares. O tempo livre pode estimular a quantidade e principalmente a qualidade dos que os pequenos comem. O descanso se transforma na ocupação da poltrona frente à TV, ao computador e outros utensílios que impossibilitam a liberação de energia que a criança teria normalmente no ambiente escolar. Educadores e especialistas têm debatido o tema em busca de superar alguns obstáculos, como o que fazer para substituir as guloseimas que acompanham a nova rotina dos filhos por alimentos mais saudáveis.

"Há casos em que a criança diz não ter vontade de comer na hora da refeição para logo em seguida devorar um pacote de bolachas", afirma a psicóloga clínica especialista em infância, Ana Cássia Maturano. Para ela a insistência em impor uma nova refeição com alimentos mais nutritivos, tendo a falta de interesse dos jovens, é errônea. O aconselhável é coincidir o desejo deles ao dos responsáveis. “É possível fazer pratos dentro do "universo" de alimentos que a criança gosta, com horários mais fixos e sendo servidos de modo natural”, diz.

Férias é um momento para as crianças relaxarem. Mas esse tempo não deve ser entendido como oportuno para esquivar-se dos hábitos alimentares. A tentação é grande, principalmente quando as crianças não têm uma rotina definida. Dentro ou fora de casa, sem vigilância elas se sentem atraídas à sensação de liberdade, que invade rapidamente suas ideias conduzindo-as a pensar que podem consumir o que quiserem. É  importante estar atenta a perda ou ganho de peso dos filhos.

“O excesso de peso causa diversos problemas em qualquer fase da vida, mas é especialmente perigoso até os 21 anos de idade”, explica Maria Edna Scorcia, bióloga e coordenadora do Colégio Joana D´Arc, em São Paulo. "É exatamente nessa fase que o corpo cria suas células adiposas, que armazenam gordura. Uma vez criadas, as células não são destruídas e tornam-se um depósito natural de gordura, de modo que a criança que engorda muito terá muitas dificuldades para manter-se magra na vida adulta", alerta a educadora.

Quando pequenas, a preocupação com seu próprio corpo é quase nula. Por estarem sempre em atividade, a ideia de exceder o peso não as atinge. Contudo, a partir de certa faixa etária, as relações sociais começam a guiar as atitudes dos filhos e a inserção em um grupo se torna a maior ambição.

“Além de problemas corporais, crianças com sobrepeso têm mais dificuldade em construir essas relações, elas geralmente são excluídas e, como dependem da aceitação do colega, têm baixa auto-estima” explica Maria Edna. “Para compensar isso, elas tentam ser engraçadas, e aí surge a ideia de que os ‘gordinhos’ são mais simpáticos, mas no fundo muitos deles se sentem completamente amargurados".
Estar com o peso acima do que é esperado para as diferentes faixas etárias nem sempre é visto como um problema para os responsáveis, que se iludem com a ideia de que a qualquer momento retomaram o controlar sob o corpo e atingirão o peso desejado.

A preocupação vai além da beleza física. A obesidade infantil é algo sério e que merece preocupação e cuidados. Dados oficiais apontam que mais de um quinto da população brasileira entre 10 e 19 anos enfrentam esse problema. A parcela aumenta entre crianças de 5 a 9 anos, e uma em cada três sofre com o problema em algum grau.
“Cresceram muito os casos de crianças com colesterol alto e diabetes, problemas anteriormente associados apenas a adultos", conta Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp.

As escolas têm papel fundamental na alimentação dos jovens também.
Habituados no estabelecimento grande parte do dia, ofertar refeições se torna responsabilidade das instituições. E com isso, surge a oportunidade de solucionar os problemas de má alimentação. "A hora de comer é uma oportunidade para a criança se expressar", destaca Maria Rocha, coordenadora pedagógica do Colégio Ápice, que alerta. "Acima de tudo, precisamos de moderação”, diz. “Uma coisa é nunca comer doces, outra bem diferente é regular seu consumo, educar para a qualidade de vida".

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