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A Educação Precisa de Respostas  | 12/07/2013 10h26min

O desafio das escolas diante dos jovens hiperconectados

Os aparelhos eletrônicos são, em geral, considerados distração para os adolescentes - tanto na questão educacional quanto nas relações sociais cotidianas.

Nas salas de aula, os professores disputam a atenção dos alunos com diversos utensílios móveis. Muitas crianças alegam serem capazes de conciliar as duas fontes de informação, o profissional de pé e a virtual em suas mãos. Será?
 
Para Eliana de Barros, psicóloga e diretora pedagoga do Colégio Global, a grande preocupação dessa concorrência é a carência de boa interação.“O jovem esquece e ignora as pessoas com quem deveria se relacionar, seus colegas de sala, seus professores, personagens presentes, colocando sua maior atenção no mundo virtual e isto preocupa”, diz ela. “Cabe à escola não só promover o conhecimento, mas, sobretudo oferecer ao jovem a possibilidade de exercitar as relações sociais presenciais”.
 
Quando questionada a atenção voltada aos estudos, a diretora - que acredita que os jovens de hoje têm a capacidade de lidar com esse antagonismo-, tem opinião semelhante a de outra especialista, a psicopedagoga Quezia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp. “Sabe-se que somente uma minoria das pessoas possui a capacidade de realizar, de forma eficiente, várias tarefas ao mesmo tempo”, diz Quezia. “Portanto, a maioria que costuma fazer várias coisas simultaneamente não as desenvolve de forma eficaz e com qualidade, tendo prejuízo na produção, por perder o foco na tarefa principal”.
 
Não é apenas a rapidez na execução das tarefas que é comprometida, mas principalmente o grau de entendimento adquirido por meio dela. A informação fica dispersa e o conhecimento difícil de reter; a educação pode tornar-se superficial. Vale ressaltar que esses efeitos se originam de diversas causas, como os distúrbios.
 
A psicopedagoga Quezia Bombonatto, além de destacar o cuidado que se deve ter frente à desatenção provinda dos aparelhos eletrônicos, ainda aconselha que haja um acompanhamento médico e a avaliações.“Os comportamentos característicos de crianças e adolescentes com transtorno do déficit de atenção incluem a dificuldade de se focar em um único objeto ou em atividades, dificuldade em se organizar assim como de se distrair muito facilmente e agir como se vivesse no mundo da lua”, diz.
 
Erroneamente, esse comportamento leviano é confundido com a introversão. “Extroversão ou introversão não são atitudes características somente de transtornos de atenção”, conclui a especialista.

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Fabrizio Motta / Agência RBS


Foto:  Fabrizio Motta  /  Agência RBS


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