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Ensino Superior  | 07/07/2013 07h03min

Chance de mudança no vestibular da UFRGS divide estudantes

Possibilidade de a universidade adotar o Sisu como forma de ingresso desencadeou dúvidas sobre o fim do vestibular

Bruno Moraes  |  bruno.moraes@zerohora.com.br

A proposta — ainda em fase de análise — que reserva 30% das vagas da UFRGS para ingresso via Sisu no processo seletivo de 2014 repercute entre aqueles que seriam mais afetados com uma eventual mudança, os estudantes.

Saiba mais:

>>> O futuro do vestibular da UFRGS

>>> “Essa discussão vai ser aprofundada ano que vem”, diz pró-reitor

Para a aluna do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Júlio de Castilhos Carolina Prado, 17 anos, o Enem abre portas para estudantes de escola pública.

— Antigamente, o aluno do ensino público nem se preocupava com o vestibular. Com uma seleção pelo Enem, é possível concorrer para várias universidades. Se a UFRGS for uma delas, a motivação aumenta — afirma.

A estudante Amanda Rodrigues, também do 3º ano do Julinho, ressalva que uma possível adesão da UFRGS ao Sisu aumentaria a concorrência, mas considera a mudança positiva, caso seja mesmo confirmada:

— O Enem é muito mais fácil do que a prova da UFRGS, que é muito conteudista.

Candidata de Engenharia Química, Carina Dias, 18 anos, entende que uma seleção com base no Enem é injusta:

— Acho que o pessoal de cursinho vai ser prejudicado porque não acompanha muita coisa de atualidade. Além disso, não confio na correção da redação do Enem.

Na opinião do Igor Gomez, também de 18 anos, concorrente de Ciências Contábeis, a possibilidade de concorrer a vagas em diversas instituições de Estados diferentes pode aumentar a mobilidade de estudantes de fora do Rio Grande do Sul:

— Como as populações de São Paulo e Rio são maiores, faltam vagas para alunos bem preparados nesses Estados. Sair de casa e se manter em outra cidade é caro. Temo que o Sisu só ajude quem tem grana.

Professor de matemática do Grupo Unificado, Diego Zanella considera positiva uma eventual adesão da UFRGS ao Sisu, mas ressalta que somente a partir de 2015.

— Sempre incentivamos que os alunos façam o Enem seriamente, mesmo a redação, cuja nota a UFRGS não considera. Acho que uma alteração para 2014 seria mudar a regra com o jogo em andamento — avalia.

O diretor do Julinho, Antonio Esperança, considera louváveis as iniciativas que favoreçam os estudantes de escolas públicas. No entender dele, o Enem já alterou o espírito de estudantes que, antes, sequer se importavam em tentar uma vaga no Ensino Superior.

— A iniciativa da UFRGS os motivaria. Creio que eles valorizariam ainda mais seu tempo no Ensino Médio.

Tire suas dúvidas

— Com o Sisu, o vestibular da UFRGS seria mais inclusivo?

Não necessariamente. Na UFRJ, por exemplo, a pró-reitora de Graduação, Angela Rocha, verificou que o vestibular era autoexcludente, pois muitos alunos acreditavam que teriam poucas chances. Com o Sisu, o universo de candidatos se ampliou, mas nos cursos mais concorridos o perfil dos alunos pouco se alterou. O que pode tornar o acesso mais inclusivo é a ampliação da política de cotas para escolas públicas.

— Cursar o Ensino Médio em escola pública passa a ser uma vantagem?

Não necessariamente. Quem tem mais chance de passar é quem tem melhor desempenho no Enem. O professor Gabriel Gabrowski, doutor em Educação, menciona que alguns estudos criticam o Enem por favorecer os que já estão no topo do nível de ensino, uma vez que a prova é considerada mais simples do que o vestibular.

— O percentual de cotas pode mudar?

Para 2014, a UFRGS pretende manter o percentual atual: 30% das vagas seriam destinadas a egressos de escolas públicas nas duas formas de seleção (Sisu e vestibular). Porém, lei federal sancionada no ano passado amplia para 50% as cotas para egressos do ensino público, sendo metade delas destinadas segundo critérios de renda e cor. As universidades têm até 2016 para adotar esse percentual.

— A seleção pelo Sisu seria menos exigente que o vestibular da UFRGS?

O Enem/Sisu traz questões interdisciplinares, o vestibular da UFRGS testa conhecimentos específicos. Um dos pontos levantados por estudantes ao Conselho Universitário é a ausência de questões regionais no Enem. A proposta do pró-reitor de Graduação da UFRGS, Sérgio Franco, é colaborar com o Inep para introduzir mais questões regionais no Enem.

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