Ensino Superior | 28/06/2013 16h33min
Na próxima semana, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) começa a analisar uma proposta que reserva 30% das vagas do vestibular 2014 para ingresso via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O projeto foi elaborado pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), depois de um encontro, em Porto Alegre, com a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) — órgão do Ministério da Educação (MEC), responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Conforme a proposta da Prograd — que poderá sofrer alterações ou mesmo ser completamente rejeitada —, a UFRGS teria dois processos seletivos: o vestibular tradicional, nos mesmos moldes do que foi aplicado em janeiro deste ano, porém com 70% das vagas, e o Sisu, com o restante das vagas. A proporção de cotas adotada pela UFRGS (30%) seria mantida nas duas formas de seleção.
— É impossível terminar com o vestibular em 2014. A adesão ao Sisu no próximo ano seria em caráter experimental — garante o pró-reitor de Graduação da UFRGS, Sérgio Franco, para quem a proposta não traria grandes modificações na lista de aprovados.
De acordo com o pró-reitor, no último vestibular, os participantes podiam usar a nota obtida no Enem como prova extra de peso 2. As regras também estabeleciam que essa nota somente seria levada em consideração se beneficiasse o candidato, aumentando sua pontuação final. Diante disso, diz Franco, a maioria dos vestibulandos se inscrevia utilizando a nota do Enem.
Segundo o pró-reitor, uma possível mudança não traria prejuízo aos concorrentes, pois possibilitaria duas chances para entrarem na UFRGS no mesmo ano.
— Na nossa proposta, o aluno poderia concorrer uma vez pelo vestibular e outra, pelo Sisu. Fizemos uma correlação e verificamos que 85% dos aprovados no vestibular passado estariam no listão caso o Enem fosse o único critério de seleção.
Como será a análise da proposta
Caberá ao Conselho Universitário (Consun) dar a última palavra sobre a proposta da Prograd. Contudo, antes da análise final, o projeto será avaliado por uma comissão mista, composta por cinco integrantes do Consun e cinco membros do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).
Primeiro, os 10 nomeados conhecerão a proposta em detalhes e farão um parecer sobre o projeto. Esse parecer será levado ao Consun, que, então abrirá uma votação, podendo aceitar a proposta sem alterações, mudá-la em alguns aspectos ou mesmo rejeitá-la por completo.
Em reunião na manhã desta sexta-feira, quando o Consun indicou três professores, um técnico-administrativo e um aluno para a comissão mista, a cautela era consenso entre os conselheiros:
— Ainda temos de apreciar o projeto para, depois, votá-lo. É cedo para um posicionamento — disse a professora Simone Valdete, diretora da Faculdade de Educação.
Representante do corpo discente, o doutorando Gregório Grisa segue a mesma linha:
— Há uma proposta e se entende que a Prograd se inclina para ela. Mas tudo ainda é muito incipiente.
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