A Educação Precisa de Respostas | 27/06/2013 17h31min
Adolescência e agressividade estão sempre vinculadas. Mudanças, separação dos pais, doenças, discussões familiares, luto; são diversos os fatores que acarretam esse comportamento. O cuidado e a atenção aos filhos devem ser enormes quando apresentados os sintomas.
“A agressividade é uma das formas que utilizamos para nos comunicar. Não é a mais correta, mas talvez seja a única forma que a criança aprendeu a usar nos momentos de angústia, ansiedade e principalmente de frustração”, expõe Quezia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp. A psicóloga e diretora do Colégio Global, Eliana de Barros Santos, completa: “É uma linguagem específica utilizada para expressar sentimentos fortes que nem sempre estão sendo percebidos, mas que se fazem urgentes e necessários. É geralmente um pedido de socorro, um grito”, diz.
É evidente que as crianças tomam como exemplo seus pais. As atitudes são muitas vezes copiadas, principalmente frente a um problema que os filhos não conseguem resolver. Para isso, muitos adotam a agressividade como medida de solução - o que não é correto. “Hoje em dia sinto que existe uma inversão significativa de valores, ou seja, estamos infantilizando os adultos e ‘adultificando’ as crianças e essa atitude provoca em todos, a perda de foco e com isso uma falta de limite de ambas as partes”, explica Quézia Bombonatto.
Além das autoridades, os adolescentes podem ser influenciados por diversas atividades rotineiras, aparentemente inofensivas.
“Os jogos, desenhos e filmes são altamente influenciadores na formação da conduta das crianças”, diz Eliana de Barros Santos. “Portanto, muita atenção ao permitir que a criança participe de um ambiente que, mesmo de forma virtual, incentive a agressividade entre seus personagens”.
A agressividade é vista como uma característica do caráter, por isso é diferentemente evidenciada nas crianças. A maneira como os pais regem o desenvolvimento dos filhos dentro de casa, os limites a eles impostos, resulta do jeito que a agressividade vai ser por eles utilizada ao longo da vida.
Há também, aquelas que sofrerão um demasiado estresse durante os meses de gestação ou os primeiros anos de vida.
“São crianças com pouca tolerância a frustrações, exageradas em suas manifestações temperamentais, que explodem com facilidade com dificuldade em seguir regras e aceitar os limites. Essas crianças reagem de forma agressiva a tudo e supervaloriza o seu prazer mesmo que isto venha a magoar o outro”, ressalta Eliana.
Aos pais, cabe o papel de intervir nas atitudes precipitadas dos adolescentes agressivos. Contê-los tanto de modo psicológico quanto físico – ou até verbal. É comum o envolvimento deles em conflitos no ambiente escolar ou outros relacionados com sua interação social. No caso de briga com outros indivíduos, Quezia Bombonatto adverte quanto à intervenção imediata. É preciso observar antes, para estar certo de que seu filho é capaz de lidar com isso sozinho; caso haja a possibilidade de danos físicos ao outro, aí sim, é o momento certo para interferir.
A incessante busca por atenção. É esta a interpretação mais freqüente que se faz do problema. Eliana de Barros revela que toda criança tem um pontinho a ser preenchido com carinho e cuidado provindo dos pais. É sua fome de atenção, ela precisa ser bem alimentada para se desenvolver saudável e tranquila.
“Lembrando sempre do potinho e cuidando dele você vai perceber que agressividade, palavrão, birra, timidez serão assuntos pouco lembrados em sua família”, conclui ela.
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