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A Educação Precisa de Respostas  | 14/06/2013 21h20min

Eu leio, todos leem

Iniciativa que valoriza projetos de apoio à leitura recebe inscrições até 14 de julho

Manuela Vasconcellos  |  manuela.vasconcellos@diariosm.com.br

Ter um bom projeto é o primeiro passo para receber um reconhecimento. A maneira de apresentá-lo é o segundo. Por isso, antes de fazer a inscrição ao 1º Prêmio RBS de Educação - Para Entender o Mundo,

O tema do concurso, promovido pelo Grupo RBS e pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, é a mediação de leitura, ou seja, uma forma criativa de fazer a ponte entre o texto e os leitores.

O mediador é um leitor experiente, que gosta e sabe como estimular os outros a adquirirem o mesmo hábito. Por isso, além de apresentar dicas para fazer a inscrição, o Diário mostra três iniciativas simples idealizadas por professores, funcionários e voluntários de escolas, e que têm tudo a ver com o tema do prêmio (leia textos a seguir).

A segunda fase da campanha A Educação Precisa de Respostas foi lançada na última terça-feira.

Nove projetos gaúchos serão escolhidos
Coordenadora de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Beatriz Cortese diz que um bom relato sobre mediação de leitura detalha o desenvolvimento do trabalho:
- É importante contextualizar quem é o grupo que experimenta a situação de mediação: repertório, conhecimentos e experiências anteriores, o que pensam do ato de ler e em qual situação - afirma Beatriz.

As ações do mediador também precisam ser descritas: como apresenta o texto, como dialoga com as interferências dos participantes, o que propõem como reflexão e como acolhem as várias leituras possíveis de um texto.

A seleção das iniciativas será feita por especialistas que, a partir dos relatos, elegerão nove finalistas no Rio Grande do Sul e nove em Santa Catarina. Mais do que reconhecer trabalhos bem-sucedidos, a ideia é fazer com que boas práticas sejam divididas e repassadas em sala de aula.
 
A família e a escola
 
O que faz com que um simples carrinho de compras chame tanto a atenção de 360 crianças de 1 a 6 anos? Para os alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Casa da Criança, não são as fitas coloridas presas aos aros metálicos nem tampouco os chamados dos professores. Elas querem mesmo é saber do conteúdo do carrinho.

Desde o ano passado, em todas as quintas-feiras, cerca de 350 livros infantis, no caminho, percorrem as salas de aula dos pequenos. Em cada turma, mães voluntárias ajudam na seleção dos livretos e anotam o nome da criança que escolheu aquele livro. Elas, então, levam para casa e fazem a leitura junto com os pais.

- Com a leitura, elas se tornam mais críticas e exercitam a criatividade. Levando o livro para casa, elas aprendem a ter responsabilidade. Na sala de aula, contam para os colegas a história e se comunicam melhor - conta a professora Carmem Hauterive, enumerando os benefícios da atividade.

A diretora da escola, Rossonia Serafini, explica que foram os próprios pais das crianças que pediram uma biblioteca. Como o local não tem espaço, a ideia de fazer com que os livros fossem transportados veio naturalmente. Letícia Mossate e Claudete da Rosa são voluntárias na escola e mães de alunos. Em uma ficha, elas identificam o nome do livro e com qual aluno ele está.
- Não ter biblioteca não pode ser empecilho para os alunos deixarem de desenvolver a leitura - afirma Letícia.

No meio da sala de aula, enquanto Marília Lorentz, 5 anos, escolhe um livro colorido que conte "histórias de princesa", Isaac de Menezes Ramos, 4, e Otávio Martins Dutra, 5, tentam trocar os livretos entre si.
- Já li Os Três Porquinhos três vezes. Agora quero os dinossauros - diz Isaac.
 
Em busca de inspirações
 
Um compartimento com diversas obras literárias tem servido de inspiração para o primeiro concurso literário promovido pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Marieta D'Ambrósio. Desde 2006, o Baú do Livro, da Associação de Amigos da Biblioteca Pública, fica cerca de um mês em cada escola da cidade. Conforme a vice-diretora Etiene da Silva de Vargas, para melhor aproveitar a estada do projeto, os professores idealizaram o concurso para aprimorar a escrita dos jovens, a partir da leitura dos livros.

A professora Fátima Gonçalves bolou uma atividade que também aguça a criatividade. À frente da turma do 5º ano, ela pediu que os alunos criassem novos finais para as histórias e passassem as ideias para o papel.
- É importante que eles contem esse novo final para os outros alunos porque gera um maior entrosamento entre eles, melhorando a fala e a interpretação - conta Fátima.

Para os alunos, o importante é que a atividade também ajuda a manter notas boas em outras disciplinas.
- Ajuda na história, que tem muita leitura e interpretação - diz Carolina Fialho, 12 anos.
E é bom que os estudantes se puxem. Os textos vencedores nas categorias conto, crônica e poesia serão organizados em um livro que será lançado em 2014.
 
Leitura com drama
 
Devorar um livro com os olhos e também com os ouvidos é um dos objetivos do Ator Presente, iniciativa que faz parte do Projeto de Leitura, do Colégio Marista Santa Maria.
Por meio da editora do livro escolhido para ser trabalhado em sala de aula com alunos do 1º ao 8º ano, é destinado um ator para dramatizar a história. O último livro encenado foi Rei Arthur, clássico da literatura estrangeira.
- A história parece que se torna diferente, divertida, faz a gente gravar melhor. A gente lê mais para que tenha mais teatro - diz Anaiele Scremin, 13 anos, aluna do 8º ano do Santa Maria.

O Projeto de Leitura surgiu há cinco anos com a intenção de inteirar os alunos a novas práticas. A professora Marta Regina Pozzobon de Moraes explica que o trabalho começa ainda na biblioteca, com a indicação de livros conforme a faixa etária.

A professora orienta a leitura junto com a auxiliar de biblioteca da escola Mara Molinari, que estimula a criação de jogos, minilivros, quadros com resumos de capítulos, além de releituras por meio de vídeos.
- Pretendemos levar aos nossos alunos um trabalho que estimule a criatividade, o aumento do repertório de leituras e a promoção da cidadania - afirma a professora.

A próxima atividade já está marcada. Estudantes do 8º ano já estão lendo Antes que o Mundo Acabe, do autor Marcelo Carneiro da Cunha, que falará aos alunos por meio de videoconferência no dia 5 de julho.

DIÁRIO DE SANTA MARIA

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