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Prêmio RBS de Educação - Para Entender o Mundo  | 19/05/2013 21h56min

Escritor e ilustrador Roger Mello participará de debate sobre leitura

Autor de livros infanto-juvenis é um dos convidados do Proler, em Itajaí

JÚLIA ANTUNES LORENÇO  |  julia.antunes@diario.com.br

Roger Mello afirma que sempre escreveu para crianças e jovens. Talvez seja a naturalidade ao conversar com esse público que fez dele um escritor e ilustrador reconhecido. Mello recebeu o prêmio Jabuti nas categorias literatura infanto-juvenil e ilustração com Meninos do Mangue.

Por ter vários trabalhos premiados na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, tornou-se hors-concours dos prêmios da entidade. Ainda como ilustrador, foi indicado para a edição de 2010 do prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil.

Nascido em Brasília e morador do Rio de Janeiro há mais de 20 anos, o escritor defende que o livro precisa se tornar uma peça do cotidiano das pessoas, para que se sintam estimuladas a ler. Mello vai apresentar reflexões como esta em SC na próxima semana, quando participará do Proler Univali - Andanças Literárias, organizado pela universidade de Itajaí, nos dias 27, 28 e 29 de maio.

O encontro é voltado a professores, mediadores de leitura, bibliotecários e agentes de bibliotecas e vai levantar os caminhos para atrair leitores. Junto será promovido o Prolerzinho: Folia dos livros, com uma programação para crianças, que inclui mostra de cinema infantil, exposição e contação de histórias.

Em que momento você se descobriu um escritor para crianças e jovens?
Roger Mello
 - Sempre fui escritor para esse público, sem pensar tanto nisso. DEsde criança fui um leitor apaixonado e produzia minhas coisas. Minha produção e imagens já eram narrativas voltadas para crianças. Também se deu pela aproximação desse universo fantástico, falar da criança tem a ver com criatividade. Eu penso na criança não como público-alvo, mas no que elas trazem para a gente. Como leitoras autoras. 

Qual o desafio de escrever livros em uma época em que as crianças nascem conectadas?
Mello
 - A realidade digital é uma realidade há muito tempo. De maneira nenhuma atrapalhou a leitura. É uma outra possibilidade de leitura, outra linguagem e outra mídia. Fantástica, mas não substitui o livro. Não vejo como ameaça. A leitura digital ainda está encontrando seu caminho, tem coisas muito legais.

Como fazer a ponte entre a criança, o jovem e a literatura enquanto pesquisas nacionais apontam que muitos dos brasileiros não compreendem o que leem? Mello - É muito difícil dizer isso, poderia subestimar o professor. Muitas crianças começam a ler por causa do professor. Poderia começar pela família, mas o Brasil teve uma política eficiente de afastamento da leitura. Tivemos o regime militar e programas de televisão que não falam de leitura. Não tenho uma receita. O livro sempre esteve em casa, sempre fez parte do meu cotidiano. Talvez fazer com o que livro volte a fazer parte do cotidiano. Eu levo livro para o banco, as pessoas estranham, mas isso é um estímulo. Recotidianizar o livro. Não pode ser uma coisa que se ensine e que empurre goela abaixo.

Como você avalia a necessidade da mediação de leitura na educação básica? Mello - Tem uma importância fundamental. Há crianças que gostam de livro e ponto, mas são minoria. Por isso, é preciso aproximar a criança do livro. São universos semelhantes, que se conversam. Não é apenas indicar um livro e dizer que ele é bom. É dividir a paixão que tem por aquele livro. É esse livro, é essa história, é esse autor, o quanto torna isso específico. Não é um incentivo geral.

Como gostaria de ver seus livros trabalhados na escola?
Mello - Já participei de trabalhos lindos pelo Brasil inteiro. Fiz um livro que se chama Todo Cuidado é Pouco. É uma história relativamente simples, que tem uma complexidade. Em um colégio em Brasília, as crianças trabalharam com ele e um menino fez um livro com a professora de artes. A capa dele se encontrava no final do livro, formando um cilindro. E essa ideia veio a partir da leitura desse livro.  

PROLER
>> Quando: 27, 28 e 29 de maio 
>> Onde: Univali, no Campus Itajaí 
>> Quanto: R$ 10 ou doação de um livro novo ou usado (em boas condições) de literatura infantil, infanto-juvenil ou adulto   

RECONHECIMENTO
>>
Para reconhecer boas práticas de educação, que incentivem a leitura, o Grupo RBS e a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho lançaram o Prêmio RBS de Educação _ Para Entender o Mundo. O tema do concurso é mediação de leitura. Para participar Quem pode participar? 

PARA PARTICIPAR
>> Quem pode participar?
Professores e educadores que desenvolvam práticas de mediação de leitura e estejam atuando na educação básica. Também são aceitos projetos comunitários. Para concorrer, deve-se elaborar um relato que tenha como tema as práticas de ensino de leitura. Os relatos são submetidos no site do prêmio. O prêmio não é apenas voltado a professores de português ou literatura.
>> Prazo de inscrições 
Até 14 de julho.
>> Onde se inscrever
No site premiorbsdeeducacao.com.br, onde está o regulamento.
>> Como será a seleção? 
Uma comissão formada por especialistas escolherá três finalistas para cada categoria, no RS e em SC, separadamente. Entre os finalistas, serão escolhidos os vencedores, pelos jurados e ainda por um júri popular.
>> Quais são as categorias?
Professor de escola pública, professor de escola particular e projeto comunitário.
>> Mediação de leitura? Como assim? 
Trata-se de uma ponte entre texto e leitores, de forma que seja mais fácil compreender o que está escrito. O mediador funciona como um tutor do leitor, já que domina o tema e pode ajudá-lo a adquirir gosto pela atividade. Também estimula uma formação cultural mais qualificada.

DIÁRIO CATARINENSE
Roni Rigon / Agencia RBS

Roger Mello recebeu o prêmio Jabuti de literatura infanto-juvenil e ilustração com Meninos do Mangue
Foto:  Roni Rigon  /  Agencia RBS


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