Ensino Médio | 29/04/2013 06h03min
"Meu medo é que os alunos pensem: não vou me esforçar este ano, porque no ano que vem eu tenho outra chance. Tenho medo que isso desmotive o aluno que se esforça." Maria de Lurdes Dalbosco da Luz, diretora da Escola Erico Verissimo, de Caxias do Sul
"Acho que esse é um plano capenga. A intenção é simplesmente passar os alunos, sem se importar com o conteúdo." Antônio Carlos Lima, vice-diretor da noite da Escola Nossa Senhora de Lourdes, de Pelotas
"Os que foram aprovados entraram em conflito e questionaram a razão de os colegas terem tido outra chance. Já com os que tiveram a segunda a chance aconteceu de tudo. Alguns aproveitaram, alguns se esforçaram, mas não conseguiram, e outros não levaram a sério." Adriana Teixeira, Escola Rachel Calliari Grazziotin, de Caxias do Sul
"Foi positivo, pois a maioria dos alunos obteve êxito. Os alunos comprometeram-se a estudar os conteúdos dados em 2012, responsabilizando-se pelo seu sucesso ou insucesso nas provas realizadas em fevereiro de 2013." Mariane Kohlmann, coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Carlos Fagundes de Mello, de Porto Alegre
"Nos sentimos desvalorizados em participar desse plano, porque os que ficam retidos, na grande maioria, é porque não tinham como ir adiante. Está bem complicado administrar. Os colegas, com toda a razão, se sentem lesados, e os alunos, aqueles que não precisaram disso, também me cobram." Janice Moraes, diretora do Colégio Henrique Emilio Meyer, de Caxias do Sul
"Tivemos o caso de um aluno de outra escola que veio para nós com 28% de frequência. Ele não logrou aprovação, mas e se tivesse? A gente ouve de tudo: 'meu filho chegou em casa e disse que agora não precisa fazer nada porque sempre dá pra passar'. Quem foi aprovado e frequentou o ano todo fica decepcionado, as mães dizem: 'meu filho passou o ano todo estudando e ralando, e aquele malandro que ficava dormindo e não ia, agora, tem essa chance'." Cleuza Zanolla, diretora da Escola Pedro Osório, de Pelotas
"Isso é para empurrar o aluno para ser aprovado. Acho injusto com aqueles que estudam, a sensação que dá é que não se precisa mais estudar. A escola não concorda com isso, mas tem que fazer." Jussara Rangel Piva, diretora da Escola Técnica Caxias do Sul
"Essa oportunidade não estava prevista pela escola, o que gerou ansiedade e muitas dúvidas. Não aderir era o mesmo que não tentar e talvez nos privarmos da experiência. Precisamos então, de modo muito rápido, nos reorganizar. A aceitação foi muito boa. As dificuldades de conhecimento da grande maioria não puderam ser sanadas, devido ser necessário um tempo maior, mas para aqueles que precisavam rever o comprometimento com a aprendizagem foi muito bom." Rosmary Fridrich, Supervisora do Ensino Médio da Escola Guarani, de Canoas
"Acho que a oportunidade foi válida. Tem aqueles alunos que não conseguiram, mas os que foram aprovados surpreenderam. Cresceram, evoluíram muito e se esforçaram muito." Ana Lúcia Fonseca de Almeida, diretora da Escola Antonio Avelino Boff, de Caxias do Sul
"Com certeza, conseguiu recuperar alunos que já estavam, inclusive, há mais tempo no primeiro ano. Melhorou também a autoestima dos estudantes." Simone Silveira, vice-diretora da Escola Marechal Rondon, de Pelotas
"Não é fácil recuperar um ano inteiro. Ninguém aceitou o processo, os professores acham que foi um ano desconsiderado, um trabalho de um ano sem valorização. Os professores estão bem contrários." Fernanda de Souza, coordenadora pedagógica da Escola Santa Rita, de Pelotas
"Foi excelente o comportamento dos alunos, eles correram. Os que reprovaram não tinham condições de passar. Eu acho que é um processo bom, mas não deve ocorrer novamente porque senão os alunos vão começar a estudar menos porque vão poder recuperar. Quanto mais chance der, menos vão estudar." Ana Lucia Maldonado Bernardes, diretora da Escola Edmar Fetter, de Pelotas
"Esses alunos estavam rodados em tudo, então é muito complicado recuperar tudo. Quando eu falava pra eles na sala de aula, eles diziam que não queriam fazer porque não sabiam nada da matéria e queriam repetir." Sara Vargas Barbosa de Vasconcelos, coordenadora pedagógica do turno da noite da Escola Osmar da Rocha Grafulha, de Pelotas
"Eu acho a segunda chance válida. Os alunos que foram aprovados conseguiram realmente aproveitar, demonstraram interesse e dedicação. " Leila Stradiotto, diretora da Escola Clauri Flores, de Caxias do Sul
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