Ensino Médio | 29/04/2013 06h02min
Na sexta-feira, o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, falou sobre os resultados preliminares da chance de avanço dada aos alunos. Além dos números levantados para esta reportagem, ele citou estatísticas da própria secretaria, referentes a alguns municípios. ZH detectou uma possível confusão nos números da SEC, que acabavam inflando os índices de aprovação. A secretaria respondeu que as observações feitas por ZH podem ser pertinentes, razão pela qual os números citados pelo secretário não são apresentados. A entrevista:
Zero Hora — Como o senhor avalia os resultados da nova oportunidade dada aos alunos do 1º ano?
Jose Clovis de Azevedo — Estou muito satisfeito. Os resultados estão além da minha expectativa. Não esperava esses números, que ainda são preliminares. Se ficasse só nisso, o projeto já poderia ser considerado um grande êxito. Se não fosse dada essa oportunidade a esses alunos, eles estariam repetindo o ano, o que alteraria sua vida, aumentaria os custos da educação e provavelmente provocaria o abandono da escola. Cada aluno que avança é uma vitória.
ZH — Há uma crítica de que essa experiência foi uma forma de promover a aprovação automática.
Azevedo — Como muitos alunos não foram aprovados, a crítica de que se tratava de uma aprovação automática fica difícil. O que pedimos não foi pura e simplesmente aprovar, mas oferecer um novo desafio aos alunos. Não fizemos concessão com a não-aprendizagem.
ZH — Chamam a atenção as discrepâncias de resultado entre determinadas escolas. Em algumas, todos ou quase todos avançaram. Em outras, nenhum ou quase nenhum. O que explica isso?
Azevedo — As escolas têm autonomia, têm seus próprios critérios de avaliação. Onde a aprovação foi total, nossa convicção é que foi feito um trabalho sério e ético. Onde todos foram reprovados, acreditamos que há um problema grande, porque índices elevados de reprovação significam que há falhas no ensino.
ZH — Os alunos que conseguiram o avanço estão sendo inseridos em turmas de 2º ano já em andamento. Eles não vão ficar para trás?
Azevedo — Se os professores concluíram que o aluno podia avançar, é porque estão preparados para recebê-los. Em uma turma, o nível de conhecimento sempre é diferenciado e tem de ser tratado pedagogicamente.
ZH — A oferta de uma nova chance de aprovação será repetida nos próximos anos?
Azevedo — Pela nossa legislação, a avaliação tem de ser permanente, contínua e cumulativa. O aluno pode ser promovido em qualquer momento. O que vamos fazer é acompanhar o rendimento ao longo do ano, para evitar que seja necessário efetuar uma nova ação desse tipo. Mas é possível repeti-la, porque foi uma experiência muito bem-sucedida.
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