A análise das causas que proporcionaram a queda da qualidade da educação no Brasil e os diferenciais que delas decorreram já foi exaustivamente feita. Os dados estatísticos daí resultantes estão ao dispor dos interessados. O momento, portanto, é outro. É necessário e positivo que se considere outra variável. A variável forte que interfira na área da educação e que, pela sua força, torna-se causa primeira e age como pré-requisito indispensável no processo educacional qualificado.

O professor é figura-chave como desencadeador desse processo, mas ele só vai fazê-lo bem se compreender o que é compreender a educação. Essa compreensão age como suporte básico e essencial à ação do professor. Quem não sabe o que está fazendo, não compreende, literalmente, o sentido da sua ação. Age mecanicamente sem o envolvimento pessoal e emocional que fortalece o seu trabalho.

O agente interno qualificador do bom professor é a sua compreensão do processo da educação. Essa é a condição que dá o espírito de envolvimento ao seu trabalho, e é com esse reforço que sua competência vai, de fato, aparecer e se comprovar. O professor que compreende o que é educar é o que conhece o porquê da sua função e sabe o que e como ensinar.

Ser professor, dar aula, ensinar é mais do que despejar conteúdo de seu conhecimento. Ser professor significa, sim, conhecer a sua disciplina, saber captar as necessidades dos alunos, encontrando formas de conciliar esses dois fatores, pela metodologia e didática no ensinar, de forma que ocorra um ensino produtivo revelado no aprendizado do aluno.

O professor que compreende a educação no seu verdadeiro sentido entende e torna o seu trabalho numa ação didática e formativa que se encaixa num sistema de ensino contínuo. Ele vê, age e sente que a sua força está em interagir com os alunos, num processo de reação produtiva e respeitosa na qual o conhecimento dos dois (educador e educando) se integra ao crescimento pessoal do aluno.

A potencialidade de conhecer o significado do que é a educação, do que é verdadeiramente ensinar, condiciona-se à estrutura pessoal do professor, aos seus valores e à sua formação profissional, traduzidos em um envolvimento consciente e qualificado no desempenho da sua função.