Remuneração | 21/04/2013 19h14min
Em mais uma tentativa de pressionar o governador Tarso Genro a cumprir a lei do piso nacional do magistério, professores e funcionários da rede estadual organizam uma paralisação de três dias, entre terça-feira e quinta-feira.
Embora ainda esteja fazendo um levantamento sobre as adesões, a direção do Cpers/Sindicato prevê que a maioria das escolas ficará sem aulas no período, retomando as atividades na sexta-feira.
O primeiro ato será realizado a partir das 13h de terça-feira, com concentração em frente ao prédio do Cpers. De lá, os manifestantes seguirão em caminhada até o Palácio Piratini, onde vão cobrar a implementação do piso e protestar contra outros problemas, como a precariedade da infraestrutura das escolas. Segundo o sindicato, a maioria das escolas não tem sequer Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio (PPCI).
— Esse é o início de um processo contínuo de luta, não vamos dar trégua para o governador — avisa a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira.
A greve de três dias faz parte de um movimento nacional, organizado por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Na quarta-feira, enquanto os núcleos sindicais vão organizar atividades em cada região, uma caravana gaúcha com 10 ônibus do Cpers e 10 ônibus de outras entidades estará em Brasília para participar de uma marcha nacional que defenderá a aplicação imediata do piso em todos os Estados e a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação. O Cpers também agendou uma audiência no Ministério da Educação, às 14h do dia 24.
— Vamos perguntar o que o ministro vai fazer para obrigar o governo do Estado a pagar o piso — diz Rejane.
Na quinta-feira, serão realizados encontros em diferentes cidades para avaliar os três dias de mobilização e projetar os próximos passos. A previsão do Cpers é de que as aulas nas escolas estaduais sejam normalizadas na sexta-feira, mas novas estratégias de pressão devem ser alinhavadas para os próximos meses, para tornar a cobrança permanente.
— O governo não cumpre a lei e não acontece nada. Essa é a nossa indignação — diz o professor Antonio Esperança, diretor do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, um dos que vai aderir à paralisação.
Governo recomenda pais a enviarem seus filhos à escola
Apesar do anúncio de paralisação pelo Cpers, a secretaria estadual da Educação recomenda os pais a enviarem normalmente seus filhos para as escolas nesta semana e afirma que as instituições que pararem terão que recuperar as aulas. Ao todo, 1,080 milhão de alunos estão matriculados nas 2.574 instituições de ensino da rede estadual.
Por meio de sua assessoria, a pasta diz que o governo reconhece a lei do piso, mas questiona o indicador utilizado como parâmetro para o reajuste. Na avaliação do governo gaúcho, que diverge do Ministério da Educação, a correção do piso deveria ocorrer tendo como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e não o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), como é atualmente.
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