Educação Básica | 17/04/2013 06h03min
Os mais de cinco anos de abandono do prédio que abrigava o Fórum de São Leopoldo estão estampados em 1.571 metros quadrados, distribuídos em dois andares, em pleno centro do município do Vale dos Sinos.
Quem passa pela Avenida João Correa vê pichações, rachaduras, janelas quebradas, sujeira e mato invadindo a edificação. E isso que, hoje, ela poderia servir a duas escolas.
Desocupado desde dezembro de 2007, o prédio ficou mais de dois anos sob responsabilidade da Brigada Militar, sem utilização. Em novembro de 2010, foi repassado à Secretaria Estadual de Educação e, desde então, discute-se a reforma do local.
Enquanto isso, duas escolas estaduais aguardam para poder utilizar a área. A instituição de ensino técnico Frederico Schmidt e a de Ensino Médio Pedro Schneider fazem divisa com o prédio abandonado.
— Sofremos muito com o cheiro de drogas e fezes e com a invasão de vândalos, colocando em risco nossos estudantes. Agora, não temos mais esse problema, mas a escola está no limite — relata a diretora do Instituto Estadual Pedro Schneider, Lucimar Lopes Pedroso, em referência a um muro de concreto construído há pouco mais de um ano, para coibir a entrada no antigo Fórum.
Segundo ela, se reformado, o prédio deve beneficiar os 1,4 mil alunos e os funcionários da instituição com um auditório e uma sala de reuniões, que a escola não tem, além de novas salas para aumentar a oferta de cursos profissionalizantes.
Na escola Frederico Schmidt, o espaço deve favorecer os cerca de 750 estudantes com salas multimídias, laboratórios de informática e um auditório, que deve ser comum às duas escolas. Também deve ser usado para reuniões da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
— Para nós, quanto antes tiver pronto melhor. E, com as sinalizações recentes do governo, começamos a acreditar que vai sair do papel — comenta a vice-diretora Maria Cristina Martins.
O projeto de utilização do prédio é discutido em conjunto entre as escolas e o governo do Estado, mas ainda não começou a ser feito.
Conforme Rosana Maria Rodrigues Santos, responsável pela 2ª CRE, ainda não há previsão de início das obras, mas ela garante que ela é prioridade do Plano de Necessidade de Obras (PNO), que prevê investimentos em mais de mil escolas gaúchas.
Rosana estima que os trabalhos comecem entre o fim deste ano e o início do próximo. O valor do investimento só será determinado após a conclusão do projeto.
— Vai ser gasto o que for necessário, sem restrições, porque é uma prioridade do governo — afirma a coordenadora.
Questionada sobre a demora em dar um destino útil ao edifício, Rosana justifica que a CRE é responsável pelo local há pouco mais de dois anos. Considera o tempo decorrido como "natural dos trâmites legais".
Aluguel renderia R$ 80 mil por mês
Mesmo que o prédio não some gastos mensais, a ociosidade que uma edificação desse porte acumula em mais de cinco anos apresenta números expressivos.
A avaliação do coordenador do curso de graduação de Engenharia Civil da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), professor Bernardo Tutikian, é de que, em caso de venda, o imóvel valeria, pelo menos, R$ 8 milhões. No caso de colocado para aluguel, poderia render, mensalmente, cerca de R$ 80 mil ao Estado.
— Isso em termos de valor financeiro. Mas, se formos analisar o valor do espaço socialmente, no caso de abrigar escolas, torna-se algo incalculável — comenta Tutikan.
Ele emenda:
— Quanto mais tempo parado, mais cara fica a reforma.
Estimativa é de que aluguel do prédio poderia render, mensalmente, cerca de R$ 80 mil ao Estado
Foto:
Charles Dias
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