A professora de Literatura Cláudia Silveira traz informações sobre as cinco obras que serão cobradas no próximo vestibular de inverno da Acafe, que abriu inscrições nesta segunda-feira.

Hora da estrela - Clarice Lispector (1977) - Modernismo, 3ª fase
O romance conta a história da datilógrafa Macabéa, uma mulher que migra de Alagoas para o Rio de Janeiro e se depara com diferenças culturais intensas. A moça, simples e ingênua, leva uma vida sem grandes emoções. Começa a namorar Olímpico de Jesus, que não vê nela chances de ascensão social de qualquer tipo. Assim sendo, abandona-a para ficar com Glória (colega de trabalho de Macabéa), cujo pai era açougueiro. Certa vez, Macabéa vai ao médico e descobre que está com tuberculose, mas não conta a ninguém. Vendo a amiga doente, Glória a aconselha a ir a uma cartomante.

Madame Carlota prevê um futuro feliz para a garota; diz que viria de um estrangeiro que ela conheceria assim que ela saísse daquela casa, homem louro com quem casaria. A previsão da cartomante se concretiza quando, ao sair, Macabéa é atropelada por uma Mercedes amarela guiada por um homem loiro e cai no asfalto onde morre.

Amar, verbo intransitivo - Mário de Andrade (1927) - Modernismo, 1ª geração
O empresário Sousa Costa contrata uma profissional do sexo, Fräulein Elza, para ensinar o amor ao seu filho, a fim de que ele não caia em golpes dados pelas moças. Elza acaba virando governanta da casa e ensina lições de piano e alemão aos três filhos do casal. O romance é uma crítica à sociedade paulista do início do século XX, que achava que podia comprar tudo com dinheiro, inclusive o amor e a iniciação sexual dos filhos.

Clarissa - Érico Veríssimo (1933) - Modernismo, 2ª fase
Clarissa traz o relato de uma garota de 13 anos, nascida e criada em Jacarecanga, que fora morar em Porto Alegre, com a tia, dona de uma pensão, a fim de estudar. Lá ela descobre aos poucos, na vizinhança, o mundo adulto, suas malícias, amor e morte: Ondina, a mulher que trai o marido; Amaro, o triste músico; o distraído major; a tia conservadora e o marido desempregado; a família rica que mora ao lado; a viúva e filho mutilado, Tonico, que acaba morrendo. Amaro vive a admirar Clarissa, sua inocência e beleza. Clarissa faz 14 anos, passa na escola e ganha permissão para usar salto alto.

Gabriela, cravo e canela - Jorge Amado (1958) - Modernismo, 2ª fase
A história acontece na década de 1920, na pacata Ilhéus-BA, época em que a cidade vive o período áureo do cacau, descrevendo as alterações profundas da vida social da Bahia, que inclui a abertura do porto aos grandes navios, levando à ascensão do exportador carioca Mundinho Falcão e ao declínio dos coronéis, como Ramiro Bastos.

A obra narra o caso de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela. Com sua sensualidade inocente, a cozinheira Gabriela não só conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheenses, colocando em xeque a férrea lei local que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue.

Helena - Machado de Assis (1876) - Romantismo/ Realismo
O Conselheiro Vale, homem rico, morre e deixa dito em seu testamento que Helena, moça internada em um colégio de Botafogo, é sua filha um segredo que guardara a vida inteira. Helena vai morar com a família do Conselheiro, D. Úrsula (irmã) e Estácio (filho), além de conviver com Dr. Camargo, médico da família, Eugênia, filha de Camargo e noiva de Estácio, e padre Melchior. Helena conquista a confiança e o amor de D. Úrsula e de Estácio. Mendonça, amigo de Estácio, apaixona-se pela moça. No entanto, Estácio apaixona-se pela sua meia-irmã. Há um mistério na história: Helena faz visitas frequentes a Salvador. Ao fi nal, descobre-se que Helena é fi lha de Salvador. Helena pega uma forte chuva, e Estácio confessa seu amor. Helena morre.

A professora Cláudia Silveira é mestre em Literatura e doutora em Teoria Literária pela UFSC. Leciona na graduação do IF-SC.