A Educação Precisa de Respostas | 11/04/2013 10h22min
Riffs de guitarra e versos de compositores brasileiros também podem ser um ótimo instrumento pedagógico, especialmente para unir disciplinas diferentes — mas que se aproximam em muitos temas, como história do Brasil e literatura.
O resultado do sarau A História & O Rock Brasileiro, que misturava palestra, debate e performances musicais, foi uma atividade que não pode ser classificada como aula disto ou daquilo.
Para alunos do Ensino Médio do Colégio Vicentino Santa Cecília, de Porto Alegre, o fim da manhã desta quarta-feira foi uma lição sobre a formação sociedade brasileira atual, "de JK a Collor", como propuseram os professores. Organizado pelos docentes Vinicius da Silva Rodrigues, Yuri Flores Machado e Emerson de Carvalho Guimarães, o sarau partiu de um ritmo pouco comum para explicar as mudanças sociais no país a partir dos anos 1950. Em vez da esperada Música Popular Brasileira (MPB), o rock:
— A canção também é um fenômeno literário. Optamos pelo rock porque está mais perto do jovem, por ser uma cultura mais de massa. Além disso, foge do Chico (Buarque) e do Geraldo Vandré — afirma Rodrigues, professor de literatura que assumiu o vocal e o violão no encontro.
Reunidos no ginásio da escola, os cerca de cem estudantes cantaram Roberto Carlos, Raul Seixas e Cazuza, além de bandas como Mutantes, Ultraje a Rigor e Legião Urbana. Os intervalos entre as canções eram preenchidos com explicações dos professores sobre como a sociedade brasileira se refletia nas letras e sobre como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costuma trazer questões baseadas em músicas.
— A Jovem Guarda surgiu num momento de grande influência dos Estados Unidos. Foi quando as pessoas começaram a mascar chiclete, usar gel no cabelo, andar de lambreta. A juventude queria se divertir — contextualiza Guimarães, que leciona história.
— Tanto que a música diz que "bom é ser feliz e mais nada" — conclui Rodrigues.
Entoado como mantra em shows de rock, a frase "Toca Raul!" também foi abordada no sarau. E atendida. Foi o momento em que começaram as "participações especiais", quando os alunos Marcos Paulo Bicca Pessi, 17 anos, e Lucas Severo, 15 anos, foram chamados para tocar Aluga-se.
— O professor Vinicius faz bastante referência a músicas em aula. Acho que a atividade de hoje contribui para quem gosta e para quem não gosta muito de rock. Todos vão passar a prestar mais atenção no que se diz nas letras — avalia Lucas.
Confira o vídeo:
Performances musicais como alternativa para tratar de história em sala de aula
Foto:
Félix Zucco
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