| 10/04/2013 12h25min
Um ano letivo já terminou e outro está em andamento, mas os problemas estruturais de seis instituições da região, que chegaram a ser interditadas em 2012, continuam.
Pouco antes do início do ano letivo, a Hora visitou seis escolas da região que chegaram a ser interditadas, em 2012, por problemas estruturais. Voltamos para conferir a situação de cada uma delas e o que vimos não foi nada animador. Na maior parte das instituições, alunos continuam estudando em condições precárias e improvisadas, com fios expostos, goteiras, infiltrações e forros ameaçando despencar.
Até agora, somente na Anísio Vicente de Freitas, em Santo Amaro da Imperatriz, obras de melhoria foram iniciadas. Na época da primeira visita, a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) havia informado que cinco delas passariam por reformas gerais, com previsão de início no mês de março.
Na Escola Estadual Laura Lima, no Monte Verde, a comunidade se mobiliza para cobrar que a reforma saia do papel. A presidente do Conselho Comunitário, Rosangela Amorim dos Santos, diz que desde 2011 estão prometendo reformar.
— Estão falando que faltam documentos, mas por que não viram isso antes? — exclama.
Uma manifestação, inclusive, está marcada para a tarde desta quarta-feira.
Três turnos para atender a todos
Para conseguir atender os mais de 700 alunos, a direção da escola está realizando três turnos durante o dia e mais um à noite. Os pais desconfiam:
— Diminuíram os dias pra pouco mais de duas horas por dia. Claro que o aprendizado não é mesmo — avalia João Batista da Silva.
Segundo o diretor, Alcides Elpo Neto, o conteúdo está sendo repassado.
Quando chove, sem aulas
Toda vez que chove, algumas turmas da Escola Dom Jaime Câmara, no Bairro Bela Vista, têm suas aulas canceladas devido às goteiras e infiltrações. No temporal da semana passada, três salas, a biblioteca e a sala de vídeo ficaram completamente alagadas.
— Não vou esperar que aconteça uma tragédia para que eles tomem alguma atitude. Não sei como a Defesa Civil não interditou novamente a escola — lamenta a mãe de um aluno.
O Secretário de Defesa Civil de Palhoça, Leonel José Pereira, explica que a opção foi não interditar, já que não existe perigo de a laje cair.
Em prédio emprestado
A Escola Estadual Vicente Silveira, no Passa Vinte, também em Palhoça, permanece interditada desde novembro de 2012, quando parte da estrutura desabou. Os alunos estão estudando na Faculdade de Palhoça, e o Município está fornecendo o transporte. Na Escola Venceslau Bueno, a diretora Maria Helena da Silva está atrás da documentação pendente para o começo da reforma geral.
Discurso ainda é parecido
O Gerente Regional de Educação diz que todas as escolas citadas serão reformadas, além da América Dutra Machado, no Bairro Monte Cristo, em Florianópolis. Segundo ele, a verba é proveniente do BNDES, e o banco exige uma série de documentos, o que está atrasando o início das ordem de serviço.
— O dinheiro está garantido, as empresas vencedoras das licitações e os valores já foram publicados no Diário Oficial — afirma.
O diretor geral da SDR, Flávio Bernardes, explica que não é possível dizer quando as obras começam, por causa dos trâmites burocráticos.O que a gente viu
Florianópolis
Laura Lima, Monte Verde
::: Interdição: duas salas, em novembro de 2012, com estrutura comprometida.
::: Agora: uma ala continua interditada e os alunos foram divididos em turnos.
::: Obras: mesmo com licitação feita, sem previsão de começo. Custará R$ 1,2 milhão.
Santo Amaro da Imperatriz
Anísio Vicente de Freitas
::: Interdição: duas alas, em novembro de 2012
::: Agora: em obras, iniciaram no dia 20/03. Alunos estão em outra ala.
::: Obras: custaram R$ 780 mil previsão é concluir em 8 meses.
Palhoça
Dom Jaime Câmara, Bela Vista
::: Interdição: novembro de 2012, com risco de desabamento em algumas alas.
::: Agora: foram feitas algumas melhorias, mas ainda há infiltrações e goteiras graves.
::: Obras: falta reunir documentação para concluir a licitação. O valor previsto é R$ 1,2 milhão.
Venceslau Bueno, Centro
::: Interdição: novembro de 2012, com forro desabando no corredor.
::: Agora: o forro foi retirado e as aulas seguem normalmente.
::: Obras: licitação concluída, mas faltam documentos para o início das obras, que devem custar R$ 1,3 milhão.
Vicente Silveira, Passa Vinte
::: Interdição: em novembro 2012 três salas desabaram.
::: Situação: a escola continua interditada. Estado fez uma parceria com Universidade de Palhoça e os alunos estão utilizando a estrutura.
::: Obras: licitação concluída, mas faltam documentos para o início das obras, que devem custar R$ 1,9 milhão.
Hora visitou seis escolas da região que chegaram a ser interditadas, em 2012
Foto:
Betina Humeres
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