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A Educação Precisa de Respostas  | 06/04/2013 06h01min

A educomunicação como alternativa de prática pedagógica em Joinville

No Dia do Jornalista, celebrado neste domingo, "A Notícia" discute o termo, que usa a mídia como forma de aprendizagem

Caroline Stinghen  |  caroline.stinghen@an.com.br

Quem é jornalista sabe o quanto é satisfatório ver um trabalho publicado (ou veiculado) reconhecido por leitores e telespectadores. Um trabalho que saiu de seu bloco de notas e ganhou vida e cor em uma página de jornal, em uma imagem de vídeo ou ainda pelas ondas do rádio.

Mais: Confira uma galeria de fotos

Neste domingo, 7 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Jornalista. E se para repórteres – que já estão acostumados – é gratificante contar uma bela história, imagine para aqueles que desvendam pela primeira vez a arte de transmitir a informação.

Então, por que não levar a mídia para dentro da escola? Por que não aproveitar os veículos de comunicação para ensinar e aprender? A ideia já existe desde a década de 70, quando o termo educomunicação começou a ser estudado no Brasil. Hoje, existem licenciaturas, especializações e diversas pesquisas sobre o tema. E acredite: as duas áreas funcionam muito bem juntas.

Mas, afinal, o que é educomunicação? Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos precursores do tema no Brasil, Ismar de Oliveira Soares, a Educom – como pode ser chamada – é a ideia de "integrar às práticas educativas o estudo sistemático de comunicação". Ou seja, é trazer o jornal, a reportagem, o rádio e a televisão para dentro da sala de aula.

O especialista falou sobre o assunto em março para pesquisadores de Joinville e trouxe mais uma vez o tema em discussão. O fórum foi realizado pelo Projeto Educom Joinville, que foi aprovado pelo Sistema Municipal de Cultura (Simdec).

Para a especialista na área e coordenadora do projeto, Patrícia Zimmermann, a educomunicação é um "caminho de renovação para as práticas educativas".

— Foi com Paulo Freire que o tema começou a ser estudado no Brasil. Ele aproximou comunicação e educação, deixando clara a importância da comunicação no processo de conhecimento — complementou.

Entre os benefícios do método, Patrícia, reconhece a aquisição e a ampliação dos conhecimentos, além do desenvolvimento do senso crítico.

— Há dados em vários Estados do Brasil e em outros países constatando que, a partir das práticas educomunicativas, as escolas tiveram diminuição de violência, inclusive dos casos de bullying. A partir do envolvimento e protagonismo dos jovens, eles passam a transformar a comunidade. A aquisição de cultura faz com que o foco do aluno esteja voltado para criar e desenvolver ações mais positivas. Isso é fato — avaliou a especialista.

Em seu texto sobre ecossistemas comunicativos, o professor Ismar de Oliveira ainda lembra que é preciso que os educomunicadores se aperfeiçoem, acompanhem o tempo e o desenvolvimento tecnológico.

— Existe a necessidade de se melhorar as habilidades de professores e alunos no manejo das tecnologias da informação — observou Paticia. Governos podem incentivar cursos e oficinas aos professores.

A prática começa a dar certo nesta década. O MEC, por meio do Programa Mais Educação, que oferece aulas extracurriculares, adotou a disciplina educomunicação. Em Joinville, a prática já é adotada em muitas atividades, mesmo sem perceber. Conheça ao lado algumas alternativas de educomunicar.

Algumas ideias:

Criação de blog
Se a ideia é colocar a mão na massa, uma sugestão é criar blogs da turma ou da escola. Existem plataformas gratuitas, como o WordPress e o Blogger. Basta se cadastrar para criar uma conta e começar a postar as histórias.

Rádio web na escola
A partir da plataforma Podomatic, que é gratuita, a escola pode desenvolver uma rádio web no formato de podcasts. Os alunos podem pesquisar os assuntos, entrevistar pessoas e, em seguida, gravar as informações coletadas. O colégio ainda pode colocar caixas de som na área externa e deixar o som o programa rolando no intervalo.

Oficinas de redes sociais
Que adolescente não gosta de usar uma rede social? Seja Facebook, Twitter ou Youtube. Mas é preciso ensinar o uso da ferramenta, incentivando a escrita correta, para que eles divulguem os trabalhos realizados em sala de aula.

História em quadrinhos

O mais divertido. Pode ser aplicado em crianças das séries iniciais. Peça para que os alunos criem uma história em cima do assunto tratado em sala de aula.

Jornal escolar
Muitas escolas já contam com um jornalzinho. Mas a dica é que os conteúdos sejam exclusivamente feitos pelos alunos. Um professor responsável pode cuidar das reuniões de pauta – quando o grupo de jornalistas se reúne para discutir os assuntos que devem ser tratados no jornal – até a realização de fotos. Se a escola contar com uma câmera digital, os próprios alunos podem fazer as fotos.

Fanzines
Por que não um impresso mais divertido? O fanzine também pode trazer informações das atividades escolares e ser feito artesanalmente, com recortes de revistas e até com textos escritos a mão. Depois, a ideia é realizar fotocópias e distribuir os exemplares aos alunos.

Criação de roteiros para filmes e documentários
Mesmo se o filme não for produzido, desenvolver um roteiro em sala de aula é uma boa sugestão.

Diorgenes Pandini / Agencia RBS

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Foto:  Diorgenes Pandini  /  Agencia RBS


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