| 22/02/2013 09h51min
Imagine um início de ano escolar sem gastos, sem maratonas em papelarias com listas de material intermináveis, sem se preocupar com uniforme, nem com transporte, é só ir à escola. Parece um sonho? mas é a realidade das 390 crianças de zero a 11 anos de Anitápolis.
Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nenhuma delas nesta faixa etária está fora da creche ou da escola e não é por menos. Todos os anos, o município investe em média R$ 2.300 por aluno e é o responsável por pagar desde o lápis até o transporte para casa de todos os alunos.
Com uma renda familiar mensal de R$ 800, a dona de casa e mãe de três meninos, Maria Sofia Vigantes, 46, não conseguiria manter os filhos com 100% de frequência na escola se tivesse que comprar todo o material escolar, vestuário e ainda pagar o transporte. Para um já pesaria no orçamento, para três seria quase impossível.
— Eles adoram vir para escola, pegam em casa e levam no horário. A gente não precisa de preocupar com nada, é só manter os deveres em dia e o uniforme limpo — conta.
O município não tem nenhuma unidade particular, seja para creche ou para ensino fundamental todos contam apenas com a Escola Básica Municipal Significando a Aprendizagem que conta com 280 alunos de 1º a 5º série e 110 bebês e crianças com até 5 anos na creche.
A cidade também tem uma escola estadual para atender aos adolescentes. Na Altino Flores eles encerram o ensino médio e deixam o município para ingressar em uma faculdade. Mesmo para estes alunos da escola estadual, o município é quem paga o transporte.
A frota é composta por 21 veículos entre ônibus, vans, micros e kombis. Todos juntos rodam 674 km por dia levando e trazendo os alunos das comunidades rurais da região. Por mês, são cerca de 15 mil quilômetros rodados. E para pagar o combustível e a manutenção, a secretaria de Educação investe mais de R$1 milhão por ano, metade de toda a arrecadação da pasta.
Da mochila ao moletom
Para manter os alunos na escola e evitar gastos extras aos pais, o secretário municipal de Educação de Anitápolis, Celio de Almeida Coelho e também professor de matemática, afirma que mais de 60% de toda a renda da educação vai direto para a criança. Nos cálculos de Celio, são aproximadamente R$ 2 mil para o transporte, R$ 200 para o material escolar ( que inclui mochila, livros, cadernos, agendas, entre outros) e mais R$ 100 para o uniforme ( um kit para o inverno e um para o verão).
— Sabemos que o aluno precisa de motivação para não faltar e agora minha intenção é melhorar a aprendizagem. Temos um professor que dá várias matérias e quero separar isso, precisamos de um para cada disciplina. A meta é implantar um novo projeto de educação até o fim do ano — conta o secretário.
DIÁRIO CATARINENSE
Em Anitápolis todos os alunos que moram distantes da escola têm transporte gratuito
Foto:
Charles Guerra
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Agencia RBS
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