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Entrevista  | 14/01/2013 07h01min

Secretária de Educação fala de planos para Caxias do Sul

Turno integral e escola para pais estão entre os objetivos

Cristiane Barcelos  |  cristiane.barcelos@pioneiro.com

Três décadas de magistério proporcionam à nova secretária da Educação, Marléa Ramos Alves (PDT), subsídios para conhecer a área que comanda desde 1º de janeiro. Professora aposentada, já fez as vezes de merendeira e não vê problemas em sujar o salto para visitar uma obra. É este o perfil da secretária que pretende, entre diversas metas, criar escola para pais dentro dos colégios de Caxias.

Outra prioridade é implantar a escola de tempo integral. Vagas em instituições infantis também são necessidade. A secretaria não tem números atualizados, mas matéria do Pioneiro de novembro passado indicou a demanda de 5.537 novas vagas até 2016.
Aos 52 anos, Marléa é graduada em Pedagogia pela UCS, com especialização em Psicopedagogia pela FSG. Cursou quase todo o ensino fundamental e o médio em colégios públicos. Por isso, revela:

– Nosso sonho, e o prefeito (Alceu Barbosa Velho, PDT) compartilha, é que a educação pública tenha tal qualidade que a família que coloca o filho na escola particular queira trazê-lo para a pública.

A sala de aula

– A maior parte da minha atuação foi no Cristóvão de Mendoza, dividida com o Centro de Estudos Supletivos, atual Neeja. Quando fui diretora da Escola Santo Antônio (na 3ª Légua), ela foi municipalizada e a então coordenadora da 4ª CRE (Coordenadoria Regional da Educação), Marta Fattori, me convidou para inaugurar a escola de ensino médio de Fazenda Souza. Em 31 anos tive funções múltiplas: fiz merenda, fui secretária, fiz a parte burocrática e dei aula.

Experiência de gestão

– Trabalhei na Coordenadoria, na época, Delegacia de Ensino, por dois meses. Trabalhei na formação de professores, porque dei aula no magistério, fui vice-diretora do Cristóvão e do CES, diretora do Serapião Mariante (atual Erny de Zorzi), do Santo Antônio (na 3ª légua) e do Antônio Avelino Boff. Dei aula de 5ª a 6ª série, 1º, 2º e 3º anos. Como diretora, tinha um hábito: se faltava professor, não mandava alunos embora. Como sentia saudade da sala de aula, era uma forma de entrar nas turmas. Me aposentei no início de 2011. Trabalhei na Assembleia Legislativa em 2011 e 2012. No primeiro ano, fui assessora no gabinete do deputado Alceu (atual prefeito). No segundo ano, assessorei a bancada do PDT. Alceu é um defensor da educação, e era o vice-presidente da Comissão de Educação da Assembleia. Acompanhei reuniões, audiências públicas.

A rede municipal caxiense

– É privilegiada. Temos 95% dos professores com graduação. Destes, mais de 50% com especialização. São 84 professores com mestrado e um com doutorado. Para a rede municipal, é muito significativo. Isso mostra que o nosso docente tem condições de se apropriar de mudanças que melhorem a educação.

Os pais na escola

– Nosso maior desafio é trazer os pais para a escola. O único parceiro que pode dar sustentação na mudança do ensino é a família. Temos um projeto de fazer dentro da escola formação especial para os pais. Não vamos mais levá-los ao colégio somente para entrega de boletim, eventos. Já conversei com a Marlês Andreazza, presidente da FAS (Fundação de Assistência Social), com a secretária da Saúde, Dilma Tessari. Vamos buscar parcerias com UAB e outros órgãos. Esse programa vai proporcionar que os pais saibam como dizer não, impor limites. Será montado um grupo gestor para buscar como proporcionar estrutura para as famílias educarem os filhos. Tem de sair do papel preferencialmente neste ano.

Escola em tempo integral

– Não é turno inverso, mas integral. A criança está no 5º ano, por exemplo, durante todo o tempo que está na escola. Pode ter matemática de manhã e à tarde, em dias alternados, e permanecer na escola no mínimo sete horas. Fiquei feliz quando a presidente Dilma Rousseff disse que temos de implantar escola de tempo integral com aprofundamento da grade curricular, mais português e matemática, um idioma a mais. Essa é a nossa visão: possibilitar que o aluno fique na escola se apropriando do conhecimento, e tenha lazer, porque vão aumentar aulas de educação física, artes. Teremos de dividir a cidade em zonas. A prioridade é a vulnerabilidade, primeiro apropriando os professores e diretores de como vai funcionar. Como tudo precisa estar no orçamento, este ano vai ser de estudo, projeto e busca de parceria. O Ministério da Educação será um excelente parceiro. Amanhã, visitaremos a Escola Estadual Neusa Mari Pacheco, em Canela. Depois da piscina térmica, a última aquisição foi academia, que a comunidade usa.

Falta de vagas na educação infantil

– Visitei a escola de educação infantil de Forqueta. Vamos recebê-la no dia 1º de março. Aí, começaremos processo de adequação com mobiliário, convênios. Atenderá 120 crianças. Outras cinco estão sendo licitadas ou aguardando ordem de início. No começo de 2014, provavelmente estarão prontas. Temos a compra de vagas pelo município. Também teremos 15 escolas construídas pelo projeto Brasil Carinhoso.

Novos loteamentos

– Essas 15 escolas do Brasil Carinhoso são só para educação infantil, mas é evidente que logo precisarão de continuidade, ensinos fundamental e médio. Hoje buscamos o colégio mais próximo, e existe a possibilidade do transporte. Mas isso não pode ser definitivo, é paliativo. Faremos cadastro das crianças para levantar dados. Já fizemos no loteamento Campo da Serra. Agora poderemos tabular para ver em qual série elas estão.

Programa Prato Limpo

– Ainda não conversei sobre a ampliação com o prefeito Alceu. A expansão vai acontecer, porque o turno integral prevê cinco refeições diárias. Vai gerar custo alto, por isso que a escola de turno integral deve ser muito bem pensada.

O boletim caxiense

– É difícil emitir nota, porque é emitir julgamento. Pela formação dos professores, e índices do Ideb, Caxias está com nota 7. Está muito bem. Mas podemos muito mais.

Roni Rigon/Pioneiro / 

Com 30 anos de experiência no magistério, Marleá Ramos Alves pretende qualificar o ensino público
Foto:  Roni Rigon/Pioneiro


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