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Professor  | 05/01/2013 07h32min

Uma mestre que faz a diferença

Campanha A Educação Precisa de Respostas, do Grupo RBS, estimula pedagoga a fazer sua estreia como professora

Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

Admirada com a melhora no desempenho do aluno Gustavo, seis anos, a professora quis saber o que estava acontecendo. O menino disse que vinha tendo aulas de reforço com uma professora que não movimentava as mãos e nem as pernas e era bem inteligente. E que queria ser inteligente igual a ela. O garoto falava de Daniela Vicentin, 29 anos, tetraplégica desde os seis, e que dá aulas de reforço gratuitas a alunos com dificuldade, em Garopaba, Litoral Sul.

Confira a entrevista da professora Daniela:

 

Mesmo sem os movimentos do pescoço para baixo, Daniela cumpriu todos os anos da escola regular — do ensino fundamental ao médio. Escrevia com a boca. Formada em pedagogia, fez o curso a distância há três anos. Preferiu não aceitar nenhuma proposta de emprego, porque seria difícil para ela se deslocar. Sempre adiando sua estreia como professora, mudou o pensamento quando viu a campanha A Educação Precisa de Respostas, do Grupo RBS, lançada em final de agosto de 2012.

— Pensei: tem que ser agora!

Daniela foi a escolas da cidade, onde as professoras indicaram crianças com dificuldade no aprendizado. Ela montou duas turmas de reforço, uma de 1º ano do fundamental e outra de 2º ano, cada uma com três estudantes. Eles têm aula uma vez por semana — na terça ou na quinta-feira. Ela trabalha o alfabeto, a leitura e a escrita.

As aulas começaram em setembro. Um dos cômodos da casa de Daniela foi transformado em sala de aula. Livros didáticos e de leitura ficam organizados sobre uma mesinha e há cartazes na parede com as letras do alfabeto.

A preparação dos conteúdos e das atividades é toda pensada por ela. O final de semana é dedicado para isso. E não são poucos os exercícios que faz com os alunos. Ao ensinar as letras do alfabeto, pede para os estudantes pegarem os objetos que começam com a letra em questão, recortarem gravuras e preencherem palavras com as sílabas faltantes.

A professora ainda repassa aos estudantes valores, porque acredita que é papel da escola formar cidadãos de bem. Para 2013, a professora planeja continuar com as aulas e fazer uma pós-graduação em psicopedagogia.

 

Recado deixado por Daniela no site da bandeira Educação

Meu nome é Daniela, tenho 28 anos, sou tetraplégica, estou há 23 anos numa cadeira de rodas. Perdi os movimentos do pescoço para baixo... Estudei todos os anos escolares em uma escola regular, escrevendo sempre com a boca. Em 2009, me formei em Pedagogia.

Em 2012, motivada pela campanha A Educação Precisa de Respostas, comecei a dar aula de reforço para alunos da alfabetização. É um trabalho voluntário que está sendo muito gratificante para mim. Gostaria de deixar aqui minha sugestão para que todas as escolas trabalhem valores com os alunos, pois, na minha opinião, essa matéria deveria ser obrigatória, já que nossa maior preocupação hoje é formar futuros cidadãos do bem.


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