Vida de professor não é fácil. Salário, condições de ensino e carga horária são apenas alguns dos problemas enfrentados pelos responsáveis pelo futuro de nossas crianças e jovens. Dados do Pisa indicam que a carga horária docente no Brasil está acima da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No ciclo final do Ensino Fundamental, estima-se que um professor da rede pública passe 800 horas por ano trabalhando. Esse número se mantém para os que atuam no Ensino Médio, e é ainda maior para aqueles que se dedicam a aulas no ciclo inicial do Ensino Fundamental.

Sabe-se que o excesso de carga horária pode ser prejudicial para o desempenho profissional. Ao se levar em conta que o trabalho em sala de aula pode muitas vezes ser estressante, é possível afirmar que passar muito tempo ensinando é passar muito tempo ensinando mal. Juntando-se a isso o fato de que a maioria dos professores da Educação Básica é mal remunerada, fica evidente que se exige muito dos profissionais, que tem pouco retorno, sobretudo financeiro.

— O professor precisa estar todo o dia em sala de aula, mas não deve estar o dia todo. Isso pode gerar estresse, o que acaba sendo, quase que em regra, desestimulante — afirma Helena Côrtes, professora da PUCRS.

Conforme a pesquisadora, o ensino brasileiro precisa de carga horária maior. Pelo menos para os alunos.

— Ampliar a carga horária dos estudantes é importante, já que o Brasil tem uma das menores do mundo. Agora, naturalmente que para se fazer isso é preciso grandes investimentos. É possível e necessário firmar convênios com universidades, que podem ser uma via para amenizar esses problemas — aponta Helena.