Agora é oficial. O Acordo Ortográfico que pretende unificar a língua portuguesa, e que deveria entrar em vigor no próximo dia 1°, só será adotado pelo Brasil a partir de janeiro de 2016.
O Diário Oficial da União desta sexta-feira publicou o Decreto 7.875, assinado pela presidente Dilma Rousseff, que amplia o prazo de transição à nova norma até 31 de dezembro de 2015. Até lá, as regras antigas de ortografia coexistirão com as novas. As duas, por exemplo, serão consideradas corretas em provas escolares e no vestibular.
O novo prazo foi definido durante reunião de um grupo interministerial formado por representantes dos ministérios das Relações Exteriores, da Educação e da Casa Civil, que decidiu adiar a introdução oficial do acordo por três anos, ajustando-se ao prazo de sua implantação por Portugal.
Entre os oito países que assinaram o Acordo Ortográfico, em 2008, o Brasil foi o que mais avançou na aplicação das novas regras, que suprimiram os tremas, eliminaram acentos e modificaram a utilização do hífen. Mas, embora livros, jornais e material didático já sejam impressos conforme a nova ortografia, o governo brasileiro entende que professores e outros profissionais ainda precisam de um prazo maior de adaptação.
Teste seus conhecimentos das novas regras ortográficas:
Como o Acordo Ortográfico está funcionando
Escolas
Boa parte da rede particular de ensino adota a nova ortografia. A rede Maristas, por exemplo, aplica as novas regras desde 2009 em todas as suas escolas. Na esfera do ensino público estadual, a recomendação é de que a nova ortografia já esteja incorporada ao processo de alfabetização.
Rosa Mosma, assessora do gabinete do Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), explica que os livros comprados pelo Ministério da Educação (MEC) atendem à nova norma ortográfica, assim como todo o material produzido pela secretaria. Ainda assim, é possível que as turmas tenham livros didáticos dos dois tipos na mesma sala de aula, ambos aceitos.
Livros
Professor de Literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Godofredo de Oliveira Neto avalia que o país está mais do que inserido no novo sistema ortográfico, uma vez que praticamente todas as editoras vêm publicando livros novos e reedições de acordo com a nova ortografia. O MEC lançou o 1º edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) exigindo as novas regras ortográficas em 2008, para atender, em 2010, alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Em 2011, todas as séries foram contempladas com livros de acordo com a nova norma.
Concursos e vestibulares
Como ainda não entrou em vigência efetiva, a nova ortografia também não pode ser cobrada em nenhum tipo de seleção, como vestibulares e concursos. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que estava preparada para iniciar a cobrança da nova ortografia no Vestibular 2013, informou que, com a prorrogação das mudanças, serão aceitas as duas formas de escrita nas redações dos vestibulandos.
Imprensa
Desde que o acordo entre os países de língua portuguesa começou a valer, em janeiro de 2009, muitos órgãos da imprensa, principalmente escrita, passaram a adotar as novas regras.
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