Quase 10% dos alunos do Rio Grande do Sul precisavam se deslocar, diariamente, para outro município para estudar em uma creche, escola, faculdade ou instituição de ensino. Os dados fazem parte do Censo 2010, que foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 2.909.361 estudantes gaúchos, 283.833 (9,76%) vão para outra cidade.

A maior parte dos deslocamentos são para realizar Ensino Superior (5,38%), ou seja, 156.415 alunos. Na sequência, vem aqueles que integram os ensino Fundamental (1,73%), com 50.383 estudantes, e Médio (1,49%), com 43.378 alunos.

Os números gaúchos são superiores à média nacional. No Brasil, 7,2% dos alunos se deslocaram diariamente para outro município. Na comparação com outros Estados, o RS fica na quarta posição neste ranking. É precedido por São Paulo (1.138.618 alunos), Minas Gerais (432.809 estudantes) e Rio de Janeiro (333.858).

A coordenadora de Educação, Cultura, Turismo e Desporto da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Márcia Mainardi, justificou que grande parte dos mais de 100 mil estudantes até o Ensino Médio que se deslocam de cidade se deve ao local em que a criança ou adolescente mora. A lei assegura que a pessoa deve estudar na escola mais próxima de casa, mesmo que a instituição esteja em outra cidade. isso é recorrente em regiões limítrofes — e ocorre, principalmente, com moradores da zona rural.

— Também existe o caso de prefeituras que bancam o transporte coletivo, gratuitamente ou subsidiado, para que os moradores da cidade possam cursar uma faculdade em um município vizinho. É uma atitude louvável porque a população da cidade ganha com o desenvolvimento educacional destes estudantes — acrescenta a coordenadora.

Além disso, Márcia lembra que nem todos os 496 municípios gaúchos têm estrutura para ter uma faculdade, logo este deslocamento é "bastante saudável".

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