A fila de espera em Centros de Educação Infantil em Joinville pode sofrer um impacto positivo a partir de 2014, quando devem ficar prontas 15 novas unidades. Pelo menos essa é a previsão da Secretaria Municipal da Educação.

— Pretendemos entregar as obras até o final do ano que vem —, afirmou o coordenador de obras da secretaria de Educação, Francisco Bartnikoski Filho.

A maior demanda está na zona Sul, onde os moradores aguardam ansiosos pelos CEIs, pois muitos não têm condições de deixar os filhos em creches particulares. Embora seja momento de expectativa, a boa nova não anima o morador do bairro Parque Guarani – onde serão construídas duas unidades – Fabiano de Matias de Oliveira, 35 anos.

Ele tenta vaga para a filha mais velha, que já completou seis anos, desde que ela nasceu – e nunca conseguiu. Considera ter sofrido com injustiças ao ver famílias de classe média preenchendo a vaga. Mas isso nunca o desanimou.

— Recebo o equivalente a dois salários mínimos. Agora que minha mulher conseguiu um emprego, vamos lutar de todas as formas para dar o melhor aos nossos filhos —, desabafou.

Quem sabe, com a nova unidade pública que será construída na rua João de Medeiros, perto da casa de Fabiano, a filha mais nova, de um ano e seis meses, consiga estudar no CEI.

Jacson, o filho da dona de casa Tatiana Gonçalves da Silva, 38, hoje brinca no terreno que abrigará uma das unidades do bairro. Ele tem quatro anos e passou o último ano fora da escola porque também não conseguiu vaga.

Mas o caso do pequeno Jacson Rafael da Costa é diferente. Transferido de Balneário Barra do Sul, a família mudou-se para Joinville no início do ano.

— Ele quer ir para a escola, está na idade de aprender, mas não tem vaga —, lamentou Tatiana.

O coordenador de obras da Educação considera a boa qualidade dos centros municipais o fator predominante para justificar a grande procura por vaga. Ele admite que até mesmo as famílias com boas condições financeiras querem matricular os filhos nas unidades municipais, mas a prioridade deveria ser famílias de baixa renda.

— Cada cidadão novo que chega à cidade quer uma vaga para os filhos —, completa.

Mensurar a fila de espera se tornou um desafio, pois algumas famílias acabam preenchendo ficha em mais de uma unidade. Estimativas mostram uma fila de três mil crianças.

As 15 novas unidades devem suprir pelo menos 2.500 vagas. Mas, isso vai depender da nova gestão. Segundo Francisco, a administração vai definir se as vagas serão preenchidas em meio período – dando oportunidade para dois turnos – ou se elas serão em turno integral.

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