Educação Básica | 18/12/2012 06h25min
O Cpers promete fazer barulho nesta terça-feira, durante a votação da proposta de reajuste de 28,98% para os professores, dividido em três parcelas. Incluída no pacote de 32 projetos do governo estadual que tramitam em regime de urgência na Assembleia, a proposta promete ser uma das mais ruidosas, por expor as contradições entre o discurso de campanha de Tarso Genro e de seus atos no governo.
Para expô-las, o Cpers promete levar mais de 900 professores para uma vigília diante da Assembleia, com cartazes e faixas, além de cobrar os deputados pelos “tapinhas nas costas” tranquilizadores que recebiam quando ouviam pedidos de votos. O próprio Cpers sabe que é uma batalha perdida, mas já planeja uma revanche para aqueles que considera traidores.
— Em cada canto deste Estado, vamos colocar o rosto, o nome e o partido dos deputados e a maneira como votaram — avisa Rejane, numa reedição de estratégia já aplicada em votações semelhantes.
Pouco vai adiantar. Tarso tem maioria na Assembleia e, como sustenta o líder do governo, Valdeci Oliveira, o Estado “não tem capacidade financeira” para fazer o pagamento em parcela única, como reivindica a categoria. Na tribuna, aliados vão contra-argumentar que até o final deste governo será garantido um “reajuste histórico de 76,68% em quatro anos”.
Mas deputados da oposição e o Cpers vão estar mobilizados para lembrar que isso é pouco diante da promessa de campanha feita por Tarso, de pagar o piso nacional do magistério. Um compromisso cada vez mais distante, já que no início de 2013 um novo aumento será concedido pelo governo federal.
— O governo Tarso está fugindo de um tema que ele mesmo pautou na campanha. O meu candidato a governador não quis prometer o piso porque não tinha como pagar. Então me sinto autorizado a cobrar, não se pode mentir para ganhar a eleição — diz o líder da bancada do PMDB, Márcio Biolchi.
Os contrapontos cumprem seu papel político, mas a própria oposição reconhece que o pacote deve ser aprovado sem maior esforço pelo governo. Pena que as reformas estruturais necessárias para devolver fôlego financeiro ao Estado não sigam o mesmo regime de urgência.
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