A Educação Precisa de Respostas | 11/12/2012 15h46min
Para pressionar o governo Tarso Genro e comprometer os deputados do PT com o pagamento do piso nacional do magistério, cerca de 50 dirigentes do Cpers iniciaram uma ocupação da sala da bancada petista na Assembleia na tarde desta terça-feira.
Os sindicalistas pretendem ficar no local enquanto aguardam resposta do governo para o pedido de reunião com a Casa Civil, intermediada pelos parlamentares, para negociar o pagamento de reajuste de 28,98% em parcela única.
> Em vídeo, veja como foi a ocupação da sala da bancada do PT na AL:
A partir desta quarta, passa a trancar a pauta da Assembleia o projeto de lei do Piratini que prevê o aumento de 28,98% ao magistério estadual em três parcelas — em novembro de 2013 e maio e novembro de 2014. Uma reunião está marcada, às 8h desta quarta, na sede da Procergs, entre Cpers, Casa Civil e Secretaria da Educação. No entanto, a direção do sindicato resolveu procurar a bancada do PT para comprometer os deputados com o pagamento de 28,98% em parcela única.
— Fazemos isso porque não acreditamos na audiência com o governo. São encontros pro forma que não resultam em nada. Nunca cumprem os acordos — afirmou a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira.
Antes de iniciar a ocupação na Assembleia, os sindicalistas se reuniram, pouco depois do meio-dia, com os deputados do PT. Na conversa, reivindicaram os 28,98% em parcela única como parte do processo de pagamento do piso nacional do magistério, hoje fixado em R$ 1.451, acrescido das vantagens pessoais que incidem sobre esse valor. Os sindicalistas também solicitaram que os parlamentares assumissem a intermediação das negociações com o Piratini, inclusive com a possibilidade de antecipação da reunião com a Casa Civil e com a Secretaria de Educação para a tarde desta terça-feira.
— Já encaminhei o pedido ao governo, mas ainda não tenho resposta — explicou o líder da bancada do PT, Edegar Pretto.
Na mesma linha adotada pelo Piratini, ele praticamente desconsiderou a possibilidade de o governo abrir mão de pagar o último reajuste à categoria em três parcelas, projetadas até o final de 2014.
— O sindicato faz o seu papel, mas entendemos que o governo faz aquilo que é possível, no seu limite. Até o final de 2014, teremos dado 76% de reajuste aos professores — valorizou Pretto.
A intenção do Cpers é pressionar politicamente os deputados estaduais. Com a ameaça do desgaste, a entidade acredita que os parlamentares do PT poderão ser forçados a alterar a proposta governista.
— Os deputados tem um papel a cumprir. Não podem fingir que defendem o pagamento do piso e, depois, aprovar um projeto de reajuste que não cumprirá o patamar mínimo salarial até o final do governo — protestou Rejane.
No entendimento do Cpers, a aprovação da proposta do Piratini irá significar o "sepultamento" da discussão sobre o pagamento do piso. Isso porque o projeto estabelece as últimas três de um total de sete parcelas de reajuste concedidas pelo governo Tarso à categoria, insuficientes para alcançar a remuneração mínima prevista em legislação federal.
— Procuramos a bancada do PT, do partido do Tarso, porque eles têm força suficiente para impedir a aprovação desse projeto. Incontáveis vezes eles nos procuraram para dizer que o governo deles pagaria o piso. Dependendo do que acontecer, poderemos estender a ocupação na Assembleia — prometeu Rejane.
Nesta quarta, em conjunto com uma paralisação estadual dos professores, o Cpers promove, às 10h, ato político em frente ao Palácio Piratini.
ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.