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A Educação Precisa de Respostas  | 11/12/2012 15h46min

Para pressionar o governo, Cpers ocupa sala da bancada do PT na Assembleia

Sindicato dos professores tenta fazer pressão no Estado e nos deputados pelo reajuste de 28% em parcela única

Atualizada às 19h09min Carlos Rollsing  |  carlos.rollsing@zerohora.com.br

Para pressionar o governo Tarso Genro e comprometer os deputados do PT com o pagamento do piso nacional do magistério, cerca de 50 dirigentes do Cpers iniciaram uma ocupação da sala da bancada petista na Assembleia na tarde desta terça-feira.

Os sindicalistas pretendem ficar no local enquanto aguardam resposta do governo para o pedido de reunião com a Casa Civil, intermediada pelos parlamentares, para negociar o pagamento de reajuste de 28,98% em parcela única.

> Em vídeo, veja como foi a ocupação da sala da bancada do PT na AL:

A partir desta quarta, passa a trancar a pauta da Assembleia o projeto de lei do Piratini que prevê o aumento de 28,98% ao magistério estadual em três parcelas — em novembro de 2013 e maio e novembro de 2014. Uma reunião está marcada, às 8h desta quarta, na sede da Procergs, entre Cpers, Casa Civil e Secretaria da Educação. No entanto, a direção do sindicato resolveu procurar a bancada do PT para comprometer os deputados com o pagamento de 28,98% em parcela única.

— Fazemos isso porque não acreditamos na audiência com o governo. São encontros pro forma que não resultam em nada. Nunca cumprem os acordos — afirmou a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira.

Antes de iniciar a ocupação na Assembleia, os sindicalistas se reuniram, pouco depois do meio-dia, com os deputados do PT. Na conversa, reivindicaram os 28,98% em parcela única como parte do processo de pagamento do piso nacional do magistério, hoje fixado em R$ 1.451, acrescido das vantagens pessoais que incidem sobre esse valor. Os sindicalistas também solicitaram que os parlamentares assumissem a intermediação das negociações com o Piratini, inclusive com a possibilidade de antecipação da reunião com a Casa Civil e com a Secretaria de Educação para a tarde desta terça-feira.

— Já encaminhei o pedido ao governo, mas ainda não tenho resposta — explicou o líder da bancada do PT, Edegar Pretto.

Na mesma linha adotada pelo Piratini, ele praticamente desconsiderou a possibilidade de o governo abrir mão de pagar o último reajuste à categoria em três parcelas, projetadas até o final de 2014.

— O sindicato faz o seu papel, mas entendemos que o governo faz aquilo que é possível, no seu limite. Até o final de 2014, teremos dado 76% de reajuste aos professores — valorizou Pretto.

A intenção do Cpers é pressionar politicamente os deputados estaduais. Com a ameaça do desgaste, a entidade acredita que os parlamentares do PT poderão ser forçados a alterar a proposta governista.

— Os deputados tem um papel a cumprir. Não podem fingir que defendem o pagamento do piso e, depois, aprovar um projeto de reajuste que não cumprirá o patamar mínimo salarial até o final do governo — protestou Rejane.

No entendimento do Cpers, a aprovação da proposta do Piratini irá significar o "sepultamento" da discussão sobre o pagamento do piso. Isso porque o projeto estabelece as últimas três de um total de sete parcelas de reajuste concedidas pelo governo Tarso à categoria, insuficientes para alcançar a remuneração mínima prevista em legislação federal.

— Procuramos a bancada do PT, do partido do Tarso, porque eles têm força suficiente para impedir a aprovação desse projeto. Incontáveis vezes eles nos procuraram para dizer que o governo deles pagaria o piso. Dependendo do que acontecer, poderemos estender a ocupação na Assembleia — prometeu Rejane.

Nesta quarta, em conjunto com uma paralisação estadual dos professores, o Cpers promove, às 10h, ato político em frente ao Palácio Piratini.

ZERO HORA
Jean Schwarz / Agencia RBS

Integrantes do Cpers querem reajuste em parcela única
Foto:  Jean Schwarz  /  Agencia RBS


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