Educação Básica | 07/12/2012 10h15min
Inspirada no escultor Alexander Calder, que transformou móbiles em arte no início do século passado, uma professora de Joinville transformou formas geométricas, cores, texturas e sucatas em obra de arte.
A iniciativa trouxe verdadeiras descobertas para aproximadamente 50 crianças de quatro anos do Centro de Educação Infantil (CEI) Raio de Sol, do bairro Vila Nova.
A professora Joseane Helena Schulz, 32 anos, teve seu projeto escolar reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e será uma das homenageadas no 6º Prêmio Professores do Brasil.
O CEI Raio de Sol, por si só, já é encantador. Com hortas e flores espalhadas pela escola, o portal para um destes espaços foi decorado pelos alunos do 1º período da educação infantil, já no fim do ano passado.
Eles penduraram um móbile e um acortinado com materiais que produziram dentro de sala de aula. A ideia partiu da professora Joseane.
— A nossa escola já tem este objetivo de trabalhar todos os espaços. Temos a arte como ponto norteador. Por isso, busquei as obras de Alexander Calder como proposta de trabalho, pois ele usa diversos elementos. Então, tentamos tirar uma de suas obras, Pirâmides, do papel —, contou a professora, que já atua na escola há oito anos.
A partir daí, os alunos transformaram argila em uma obra tridimensional. Eles fizeram bolinhas e triângulos com a matéria-prima da terra e pintaram com as cores do trabalho do artista internacional. Durante todo o processo, os pequenos aprenderam sobre as formas geométricas, as cores, a quantidade, e também a trabalhar em equipe.
— O móbile deixou todos eles encantados. Alguns pais chegavam na escola querendo saber mais do Alexander, que os filhos tanto falavam em casa —, comemora Joseane.
Boas ideias e participação dos alunos
A ideia inicial da professora foi aprovada e precisava ganhar mais espaço. Para isso, os alunos fizeram um passeio de observação pela escola e discutiram sobre os materiais que poderiam utilizar para um móbile maior do tipo acortinado.
Com a ajuda dos pais, as crianças levaram de casa tampinhas de plástico, pequenos pedaços de madeira, e até sementes. Penduraram em um fio e estava pronta mais uma obra de arte feita pela garotada.
— Eles ainda trabalharam a resolução de problemas. Foram as crianças que discutiram como iam produzir o acortinado, como montar —, comentou a diretora do CEI, Marlene Malschitzky.
A iniciativa foi realizada ao longo de 2011 e neste ano foi reconhecida e será aplaudida pelo MEC. Joseana ficou colocada na subcategoria educação infantil e na próxima quarta, ela e a diretora embarcam para Brasília onde vão apresentar o projeto educacional a outros professores em um seminário e participarão da cerimônia da entrega de prêmios.
Os alunos que desenvolveram o projeto comemoram o reconhecimento no prêmio do MEC
Foto:
Maiara Bersch
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