Educação Básica | 03/12/2012 11h10min
ITAJAÍ - Era por volta de 10h30min de sexta-feira quando o professor da Escola de Ensino Médio Victor Meirelles chamou a imprensa para que fosse até o colégio. O motivo era que dois alunos da unidade tinham vencido o Prêmio Jovem Cientista 2012, ganhando bolsas de estudo integrais para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O resultado era mantido em segredo para os estudantes e por isso o pedido era que os jornalistas chegassem na escola sem fazer alarde. O anúncio seria feito no pátio da instituição, com todos os alunos reunidos.
Antes de ir ao colégio a reportagem consultou o site do Prêmio Jovem Cientista, para apurar os vencedores nas quatro categorias do concurso. Os nomes dos alunos não apareciam na lista e aí surgiu a desconfiança sobre a informação dos premiados.
Em contato com a Fundação Roberto Marinho, do Rio de Janeiro, que promove e organiza o evento científico, veio a confirmação: tudo não passava de um golpe.
Informada sobre o trote, o clima foi da euforia à decepção na diretoria da escola Victor Meirelles. Todo o momento festivo, preparado secretamente para os estudantes, foi cancelado e se começou a busca por explicações para o ocorrido.
– Não era essa a notícia que gostaríamos de dar à imprensa, mas parece que a reportagem mudou. Fomos vítimas de um golpe – declarou a diretora da escola, Maria Luiza Passos Soares.
Segundo relatos da diretora, a informação do prêmio chegou sexta-feira à instituição, após três dias de uma gincana que teria sido promovida pelo prêmio Jovem Cientista.
As orientações para a competição eram enviadas diretamente ao e-mail dos dois alunos, sempre indicando que eles fossem até algum ponto de Itajaí procurar uma pista. Estas levavam os estudantes a outras dicas, mas nunca chegavam a algum resultado.
Desconfiança sobre a gincana aumentou durante a semana
A diretora começou a desconfiar da origem das mensagens quando algumas delas indicavam que os remetentes estavam em Itajaí, possivelmente acompanhando de perto a movimentação dos jovens. Alguns e-mails chegaram até a dizer, praticamente em tempo real, se o estudante estava perto ou não de encontrar a próxima pista.
A dúvida sobre o prêmio aumentou na quinta-feira. Um e-mail dizia para os alunos comprarem um aparelho blu-ray, que seria doado ao Orfanato Bom Jesus – que nem sequer existe.
A indicação também era que um dos jovens entregasse sozinho o equipamento a uma pessoa em Itajaí e que este representante do Jovem Cientista faria a entrega para a entidade fictícia.
A escola reuniu o dinheiro para a compra do blu-ray, em torno de R$ 900, mas não permitiu que o rapaz fosse ao local marcado para o encontro.
– Inicialmente estranhamos a gincana, mas como um dos estudantes já tinha participado da gincana ano passado, acabamos acreditando – explicou a diretora.
Alunos da Escola Victor Meirelles participaram durante três dias de gincanas do Prêmio Jovem Cientista
Foto:
Marcos Porto
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