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A Educação Precisa de Respostas  | 01/12/2012 05h32min

"A tecnologia serve para despertar o funcionamento da inteligência" diz especialista em educação digital

Nesse sábado, UCS sedia seminário de educação digital

A tecnologia integra o cotidiano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Caldas Júnior, no bairro Petrópolis, desde 2011, quando o colégio recebeu 525 laptops pelo programa federal Um Computador por Aluno (UCA). Desde então, os professores aprenderam a aplicar a tecnologia no dia-a-dia por meio de qualificações mensais fornecidas pelo governo. O Caldas Júnior é a única escola caxiense ligada ao programa.

Entretanto, laboratórios de informática instalados em colégios da cidade ampliam o contato escolar com o mundo virtual, desafiando os professores a entender novidades tecnológicas. É para orientá-los a trabalhar de forma eficaz com a internet que um seminário ocorrerá na UCS esse sábado, gratuito e voltado aos professores.

Pioneira no país no trabalho digital em escolas, a professora Léa da Cruz Fagundes é uma das palestrantes do Seminário da UCA na Serra. Ela chega aos 82 anos colecionando 66 de magistério e dominando o mundo virtual. Léa ensina aos professores que a tecnologia dentro da escola serve também para distanciar os tradicionais métodos de educação e os aproximar da busca constante de conhecimento, ultrapassando os métodos convencionais de ensino.

Pioneiro: De que forma você aplica a tecnologia nas salas de aula?
Léa da Cruz Fagundes:  A tecnologia não é feita para ser usada, por exemplo, numa aula com slides em Power Points.  O bom uso tecnológico consiste em mudar os paradigmas da educação do sentido analógico. Vídeos, Power Point, já é passado. A tecnologia serve para despertar o funcionamento da inteligência, o pensamento reflexivo, para fazer pesquisa, despertar o desejo de aprender mais e aumentar a auto estima do aluno.

Pioneiro: Como isso se aplica?
Léa:
O professor não pode preparar uma aula tradicional se quer usar tecnologia. Em uma escola da Capital os alunos foram à aula de laptop. Então, o professor passou a matéria no quadro negro e mandou buscar no Google as respostas. Isso é comum. Desse jeito, o professor considera que em uma turma de 30 alunos eles aprendam ao mesmo tempo o mesmo conteúdo. Como se todos tivessem a mesma reflexão, o mesmo conhecimento, e eles não têm.

Pioneiro: Como preparar o professor?
Léa: É isso que o seminário vai trazer a Caxias do Sul. Ensinar que o professor precisa usar o computador para que o aluno explore os recursos que existem nele. Não podemos dar um software com um manual pronto, porque a memória não guarda o que tu fez sem compreender, só repetindo. O aluno precisa usar esses recursos para melhorar a reflexão e o juízo crítico, cooperando um com os outros. A professora ordena: 'procurem livro e revistas'. E isso é muito ruim porque a educação precisa ensinar a lógica do raciocínio e a ética moral. Quando o professor diz todos os caminhos que o aluno precisa fazer, ele não vai chegar a autonomia, vai ser sempre dependente das ordens de uma autoridade. Temos um avanço muito grande. Se houver apoio da mídia, das empresas e do governo, o Rio Grande do Sul pode entrar em uma caminhada maravilhosa. Só precisamos melhorar os convênios porque a conexão nas escolas é muito fraca.

 

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Cristiano Sant'Anna, divulgação  / 

Professora Léa Fagundes é uma das palestrantes
Foto:  Cristiano Sant'Anna, divulgação


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