Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) divulgado na terça-feira especifica como deverá ser direcionado o trabalho dos prefeitos eleitos para a educação infantil nos próximos anos.

No Rio Grande do Sul, pelo menos 102.462 vagas nas pré-escolas deverão ser criadas até 2016. Isto porque, até este prazo, a educação básica será obrigatória dos quatro aos 17 anos em todo país.

Na região, conforme relatório divulgado esta semana, São Vendelino, com apenas 1.944 mil habitantes, teve o melhor desempenho. Até 2011, atingiu 68,25% do atendimento para creche, 94,23% na pré-escola.

Já nas cidades mais populosas da Serra, Caxias do Sul ainda figura com a pior cobertura. Até o ano passado, o município deveria ter criado 6.273 vagas para creche e 3.276 para pré-escola, mas não conseguiu.

O saldo para o prefeito eleito, Alceu Barbosa Velho, será de criar até 2016, fim de sua gestão, 5.537 vagas para pré-escola.

Samanta Pereira Ambrosio, 16 anos, sabe muito bem como é difícil conseguir vagas gratuitas em Caxias do Sul. Prestes a entrar no mercado de trabalho, a adolescente chegou a passar mal na quarta-feira de tão desesperada que estava. Ela não tem com que deixar o filho Endrick, de um ano e três meses. A partir da semana que vem, ela será empacotadora em um supermercado.

Samanta recebeu amparo do projeto Mão Amiga, que custeia metade da mensalidade e os pais, o restante. Atualmente, o projeto beneficia cerca de 1.110 crianças.

Trabalhar é uma necessidade para Samanta. O marido, autônomo, não tem renda fixa. E eles ainda pagam aluguel, mais as contas de água e luz.

— Eu preciso. Não tenho como ficar parada. Estava sem ter o que dar para o meu nenê comer, sem dinheiro para comprar fralda — conta a adolescente.

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