As escolas do Litoral Norte catarinense estão entre as mil melhores no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Isso não significa uma posição ruim já que a lista nacional tem 10.076. A região tem três escolas na elite dos 15% mais bem colocados. Além disso, cinco estão acima da média nacional.

A pró-reitora de ensino e professora de pedagogia e mestrado em Educação da Univali, Cássia Ferri, explica que é preciso olhar para o conjunto. Para ela, em termos gerais o resultado é considerado bom:

- A diferença é pequena em termos de média. A primeira escola do ranking é de São Paulo e teve média 773,1 enquanto que a escola mais bem colocada em Itajaí teve média 593,3, não é uma diferença grande.

A professora explica que as primeiras duas mil escolas representam 20% do montante de instituições. Sendo assim, estar entre elas, para Cássia, significa que Santa Catarina está entre as melhores na educação do país. Aqui na região, as escolas mais bem colocadas foram o Colégio Energia de Balneário Camboriú, com média geral 597,5; o colégio Salesiano de Itajaí, com 593,3; e o Instituto Federal de Educação de Camboriú, com 585,6 pontos.

Além dessas três, o Colégio de Aplicação da Univali e a Colégio Energia, de Itajaí, ficaram acima da média nacional por escolas particulares, que foi de 569,2 pontos. A média de escolas públicas foi 474,2 pontos e só o Instituto Federal ficou acima desse número aqui na região.

Coordenadora do Energia, Neusa Góis explica que o bom resultado não veio de graça. A escola vem trabalhando ao longo dos anos em busca de uma boa colocação no exame.

- Quando chega perto do Enem nós damos aulas especiais no contraturno, porque a prova do Enem é basicamente interpretação - diz.

Além de um bom resultado para a escola, o Enem também representa acesso ás universidades para muitos alunos. Neusa adianta que a previsão é de que daqui a alguns anos as universidades eliminem os vestibular e passem a usar somente a nota do Enem, por isso é tão importante se esforçar para ir bem no exame.

Reforço faz a diferença na aprovação

Franco Giovanni Sandri Serafim, 19 anos, foi um dos alunos que contribuíram para que o colégio Salesiano, de Itajaí, obtivesse pontuação acima da média nacional no Enem 2011. A boa pontuação, que contou com nota 10 em redação, ajudou ainda para que o jovem ingressasse no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina.

- Fiz o vestibular, mas o Enem tem uma porcentagem na nota da UFSC e ganhei um ponto para um curso bastante concorrido - conta.

Para dar conta do recado, Franco participava das aulas que a escola promovia no contraturno preparatórias para o exame e leia bastante. Segundo ele, os professores sempre incentivaram muito a leitura o que facilitou na hora da prova.

Mesmo com os exemplos positivos da região, a mestre em Educação Cássia Ferri explica que os bons resultados não significam que está tudo bem. Para ela, é importante que o ensino médio se qualifique cada vez mais para conseguir resultados ainda melhores:

- Conhecimento se adquire na escola, quem ensina as pessoas a pensarem é a escola. O Google te dá as respostas, mas não te ensina a fazer a pergunta, por isso é importante qualificar o conhecimento dentro da escola.