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Enem  | 22/11/2012 21h21min

Enem por escola não pode ser único indicador de qualidade do ensino médio, afirmam pesquisadores

Para eles, resultado divulgado nesta quinta-feira pelo MEC é apenas um dos reflexos de como está essa etapa de ensino

Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

O colégio de Santa Catarina mais bem colocado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 é de Blumenau. O Bom Jesus Santo Antônio teve média geral 643,94, no resultado do Enem por escola, divulgado ontem pelo Ministério da Educação, mas não apareceu entre os 100 melhores do país.

Quando comparado com todos as instituições brasileiras, a escola está em 161º lugar, de 10.076.

Os resultados levam em conta as médias obtidas pelos alunos participantes do Enem 2011. Eles responderam quatro provas objetivas — ciências humanas, da natureza, linguagens e matemática — e escrever a redação. Apenas escolas com mais de 50% de participação de estudantes e o mínimo de 10 alunos foram consideradas.

Para se chegar à média geral, o MEC desconsiderou o resultado da redação. Além disso, ele não divulga o desempenho de cada Estado. A justificativa é que assim evita o ranking entre as unidades da federação.

Apesar de as escolas catarinenses não figurarem entre as 100 melhores, o doutor em educação, Antônio Pazeto, ex-diretor de educação básica do Estado, diz que isso não significa que SC está mal no ensino médio, já que ele é um dos destaques nacionais. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, por exemplo, revelou que o Ideb do ensino médio catarinense é o mais alto do país.

Pazeto explica que o fato de ter a melhor ou a pior escola, não quer dizer que tem o melhor ou o pior ensino médio. A análise deve ser feito pelo conjunto e não pelos destaques. Analisando o grupo, o pesquisador diz que SC tem instituições mais homogêneas, sem grandes diferenças entre as notas mais altas e as mais baixas.

O especialista em avaliações da Universidade Federal de Minas Gerais, Francisco Soares, acrescenta que o resultado do Enem reflete apenas uma parte da qualidade do ensino médio da instituição. Ele diz que as notas são explicadas mais pelas características dos próprios estudantes, do que pelas práticas escolares.

O aspecto positivo de analisar a posição de cada escola é que não há dúvidas de que os alunos das mais bem colocadas aprenderam mais do que as das que estão longe delas. Soares ainda acredita que a posição que a escola ocupa não pode ser um critério de escolha para matricular o filho.

A posição da escola no ranking pode servir como um primeiro filtro. O coordenador do Pré-Vestibular da UFSC/SED, Otavio Auler, argumenta que para o Enem se tornar uma avaliação global do ensino médio e ser usado como base para políticas públicas, é necessário remodelar esta etapa de ensino, para que siga o modelo proposto pela prova, com disciplinas integradas.

DIÁRIO CATARINENSE

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