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Editorial  | 20/11/2012 10h11min

Ciências Sem Fronteiras, um programa promissor

Projeto que leva estudantes às melhores universidades do mundo contagia a educação com inovação, disciplina e cooperação

Entre as iniciativas esporádicas adotadas pelo governo federal para qualificar a educação, nenhuma é tão promissora, para a formação de profissionais de ponta sintonizados com o que de melhor se produz hoje no mundo, quanto o programa Ciência sem Fronteiras. Da parceria entre Estado e empresas, o Brasil poderá dispor em pouco tempo de milhares de talentos, cujas vocações estão sendo potencializadas por intercâmbios em algumas das melhores universidades. O programa, que já viabilizou a presença de 18 mil jovens no Exterior, é a prova de que o país tem excelentes projetos no setor público, em colaboração com a iniciativa privada, em meio a um justificado desencanto com os rumos do ensino. Trata-se de uma ideia que até 2015, em quatro anos de execução, pretende formar no Exterior 100 mil estudantes brasileiros nas mais variadas áreas da ciência e da tecnologia.

É preciso reconhecer que se trata de bem mais do que uma premiação a alunos de exceção, escolhidos por seus desempenhos em cursos superiores e pelas notas obtidas no Enem. É um prêmio ao próprio país, pelo amplo alcance de seus resultados. Frequentando os mais competitivos ambientes universitários da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia, os brasileiros absorvem conhecimento técnico, cultura e novos conceitos em relação a um ensino que está vários níveis acima da média mundial. Ressalte-se que o Ciência sem Fronteiras, mencionado pela senhora Dilma Rousseff ontem, no programa Café com a Presidenta, copia práticas de outros paí-ses, entre os quais a China e a Coreia do Sul, que sustentam a permanência de universitários no Exterior. Iniciativas como essas somente se viabilizam com o suporte financeiro do setor público se forem consideradas, como devem, políticas permanentes de Estado e não só de quem eventualmente estiver ocupando o governo.

O efeito dos programas é a multiplicação interna de referências internacionais, geralmente sustentadas por virtudes ainda escassas no ensino brasileiro. Além do conteúdo, os bolsistas trarão, no retorno a atividades acadêmicas, noções de inovação, disciplina, empenho e cooperação que ainda não frequentam a maioria das instituições nacionais. Recente reportagem da revista Veja mostrou como os estudantes reagem aos impactos positivos do confronto com as realidades locais. A primeira lição é a de que ninguém estará entre os melhores, num ambiente universitário, sem dedicação integral ao que pretende fazer e sem certa dose de sacrifício. A sobrecarga de estudos, que caracteriza os programas, com a cobrança de metas, é o custo a ser pago pelos que pretendem fazer parte de uma elite.

Há, como parte do programa, o esforço para que pesquisadores já consagrados em suas atividades sejam atraídos pelo Brasil, igualmente com o apelo das bolsas de estudos. O país tenta particularmente trazer de volta cientistas que foram para o Exterior e não mais voltaram. É um desafio e tanto, considerando-se que estamos muito aquém do que se faz em universidades, órgãos públicos e empresas estrangeiras. Se o ambiente interno for contagiado pelos bolsistas e pelos cientistas que decidem retornar, já teremos dado um passo seguro no sentido de inspirar o Brasil a imitar tudo o que explica o sucesso de sistemas de educação e de países.

Edu / Arte ZH

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Foto:  Edu  /  Arte ZH


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