Educação Básica | 16/11/2012 10h48min
Registros policiais por agressões físicas entre alunos, ameaças à integridade física e danos ao patrimônio escolar, entre outras ocorrências, eram o fiel retrato da Escola Estadual Dr. Walter Jobim há alguns anos. Porém, hoje em dia, a comunidade escolar da instituição _ fundada em 10 de novembro de 1972 e sediada no bairro Itararé, em Santa Maria _ orgulha-se de ter reduzido os tristes números de violência entre alunos. O fato é festejado em meio às comemorações dos 40 anos da escola, completados no último sábado.
Em 2009, o índice chegou a 600 casos, mas, cerca de três anos após a adoção de medidas pedagógicas em conjunto com as famílias dos estudantes, houve 123 registros, fato que comprova uma queda de mais de 50% de situações de hostilidade vividas em âmbito educacional. A diretora da escola, Ana Paula Maciel, credita a redução do número alarmante aos esforços dos professores em humanizar o ambiente escolar:
_ Iniciamos, há dois anos, a aplicação dos círculos restaurativos. Em um primeiro momento, passamos a desenvolver o projeto Resgatando Valores para a Vida, em que discutimos medidas disciplinares e acabamos retirando a suspensão de alunos das normas de convivência da escola. Ao mesmo tempo, os próprios professores e funcionários receberam uma formação junto ao Ministério Público sobre justiça restaurativa. Isso tudo com o objetivo de enfrentamento da violência _ explica a diretora.
Ela lembra com pesar que, até pouco tempo atrás, a escola se encontrava em um ambiente de constante tensão devido à indisciplina generalizada que pairava na comunicação entre pais, alunos e os próprios professores. A estudante da 8ª série Taiara da Cruz Pereira, 16 anos, faz coro às palavras da diretora:
_ Sempre fui pavio curto, sabe? De não levar desaforos para casa. Mas, hoje, me orgulho de estar mais calma, de ter aprendido algumas lições e de ter parado de brigar por motivos fúteis. Hoje, volto para casa falando de como a aula está boa, de como estou me dando melhor com meus colegas.
O fato é que as práticas educacionais de contenção da violência estão visíveis no cotidiano de cada um que frequenta o espaço escolar. Com os resultados positivos alcançados, houve uma melhora até mesmo no aprendizado.
_ Em um ambiente mais fraterno e acolhedor, fica mais fácil aprender _ diz a diretora Ana Paula.
DIÁRIO DE SANTA MARIA
Para humanizar a convivência nas dependências da escola, medidas pedagógicas englobam os alunos e seus familiares
Foto:
Ronald mendes
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