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 | 13/11/2012 22h40min

Força-tarefa inspeciona Penitenciária de São Pedro de Alcântara

Representantes da Justiça, MP, Polícia Civil, IGP e OAB voltarão à unidade nesta quarta-feira

Gabriela Rovai  |  gabriela.rovai@diario.com.br

O clima de insegurança nas ruas da Capital por causa dos ataques registrados nas ruas de Florianópolis, Palhoça e Blumenau não intimidou a força-tarefa organizada há dias pela Justiça para fazer a segunda e talvez a mais completa inspeção da história da Penitenciária de São Pedro de Alcântara. O motivo: as denúncias de tortura contra presos da unidade. A inspeção continua nesta quarta-feira, às 10h.

A inspeção nesta terça-feira durou cerca de seis horas e contou com a presença do juiz corregedor da penitenciária e da Vara de Execuções Penais de São José, Humberto Goulart da Silveira, representantes do Ministério Público, da Corregedoria do Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil, Instituto Geral de Perícias e Polícia Civil.

O grupo escoltado pela Polícia Militar levou uma lista com cerca de 40 nomes de presos supostamente vítimas de agressões, incluindo suposta tortura. O juiz Humberto e os promotores acompanhados pelo restante do grupo visitaram celas em todos os quatro pavilhões da unidade que conta com cerca de 1200 condenados.

As autoridades fizeram questão de entrar nas celas, conversar e ver os detentos. Aqueles que apresentavam lesões eram encaminhados às três salas do setor de supervisão onde três delegados e três escrivãos tomavam seus depoimentos para o inquérito que foi aberto para investigar as denúncias.

Um boletim de ocorrência foi registrado pelas autoridades policiais para que as guias de exame de lesão corporal fossem expedidas. Na sequência, estes detentos eram levados com escolta do Batalhão de Choque ao Hospital Santa Tereza, a cerca de um quilômetro da penitenciária, onde um médico legista do IGP fez os exames de lesão corporal.

Foram tomados depoimentos e examinados 23 detentos, por enquanto. Os resultados ainda não foram divulgados.

Na frente da penitenciária, familiares de presos que estão em vigília desde quarta-feira no entorno da unidade fizeram nova manifestação com palavras de ordem, faixas e cartazes.

Às 17h04min, o primeiro grupo com 12 presos partiu para os exames no hospital. Às 20h, o terceiro grupo estava sendo examinado. O diretor da unidade, Carlos Alves não acompanhou os procedimentos na penitenciária. A inspeção continua nesta quarta-feira, a partir das 10h, durante todo o dia.

_Em oito anos, nunca vi uma inspeção como essa, tão completa, em que se pode coletar provas claras de tortura, prática que acontece ali há anos_disse o presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB, o advogado João Moacir Andrade.

_Precisamos dar um basta nisso, alguém tinha que tomar providências_disse a delegada regional de São José, Sandra Mara Pereira, integrante da força-tarefa.

Vigília de parentes no entorno da penitenciária

Mães, esposas, irmãs e filhos de presos tem se revezado em vigília no entorno da penitenciária. À noite, as famílias acendem velas nos dois lados da estrada de terra que leva até a penitenciária.

Priscila Renata Ribeiro, esposa de um preso de São Pedro de Alcântara foi uma das mulheres que participaram do ato simbólico acompanhado de orações.

_Peço a Deus que ilumine eles lá dentro_disse Priscila.

DIÁRIO CATARINENSE
Gabriela Rovai / Agencia RBS

Policiais escoltam presos durante exames no Hospital Santa Tereza
Foto:  Gabriela Rovai  /  Agencia RBS


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