Professor | 10/11/2012 14h36min
Apesar das dificuldades dos últimos anos do ensino fundamental, a escola lageana Professor Egídio Baraúna driblou os problemas e melhorou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
A transição das séries iniciais para as últomas não é tranquila para a maioria dos alunos. O que resulta em dados negativos como os revelados pelo Relatório De Olho nas Metas 2011, do movimento Todos Pela Educação, baseado em dados da Prova Brasil e do Saeb 2009 (MEC/Inep).
De acordo com ele, 85,3% dos jovens matriculados no último ano do ensino fundamental não sabem o mínimo esperado em matemática e 73,8% em língua portuguesa. Em Santa Catarina, o levantamento mostrou que 69,2% não aprendem o mínimo esperado em português e 80,3%, em matemática.
Quando recebeu o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009, relativo às séries finais do ensino fundamental, direção e professores da Escola de Educação Básica Professor Egídio Baraúna, no Bairro Araucária, em Lages, na Serra Catarinense, levaram um susto. A nota de 2,6 pontos ficou muito abaixo dos 4,6 planejados.
Em 2011, uma nova surpresa, desta vez positiva. A escola alcançou Ideb 4,5, que mesmo abaixo da meta 4,8, mostrou um avanço de 73% do índice. O bom desempenho deixa a escola entre as quatro do Estado que mais evoluíram no Ideb dos anos finas, entre 2009 e 2011.
Uma parada pedagógica para rever conceitos e buscar uma solução urgente para o problema se fez necessária. Projetos começaram a ser colocados em prática para alcançar a meta de 4,8 projetada para 2011. A escola teria dois anos para superar dificuldades e provar não apenas à Secretaria de Estado da Educação e ao Ministério da Educação, mas principalmente aos seus alunos e professores, que teria condições de reverter a preocupante situação.
As matérias passaram a ser trabalhadas interdisciplinarmente, com a matemática aliada ao xadrez, por exemplo, a fim de estimular o raciocínio; e o ensino da história com textos de interpretação para auxiliar o português. A comunidade foi envolvida, bem como os 30 funcionários e os 530 alunos do fundamental e seus pais.
E assim, as decisões da escola, como a obrigatoriedade do uniforme, passaram a ser tomadas em conjunto em reuniões bimestrais. Tendo a disciplina como eixo central, o almoço na escola, oficinas, fanfarra, canto, horta escolar e reforço de matemática e português viraram rotina na vida dos alunos.
Um grande quadro logo na entrada da escola destaca os direitos e os deveres dos alunos. E com frequência, a Polícia Militar é convidada a ministrar palestras sobre comportamento e o perigo das drogas.
Tudo isso fez a realidade mudar rapidamente para melhor. O que deixou todos confiantes para atingir os 5,2 projetados para 2013.
_ O nosso Ideb era baixo porque o envolvimento da família era pequeno. Percebíamos que alguns pais sequer abriam os cadernos dos filhos. Não acredito em escola sem a família junto _ diz a diretora Laudicéia Aparecida Costa, 44 anos.
E sendo a organização, disciplina e comportamento as palavras de ordem, nada melhor que a presença constante da família para incentivar e fiscalizar o cumprimento destas obrigações.
É o que acontece com a aluna Jéssica Reis, 12 anos, da 7ª série. A mãe, Fátima Reis, 40 anos, é professora na mesma escola, e ambas estão sempre juntas na busca por uma educação de qualidade.
— Gosto da minha mãe aqui, pois ajuda no meu rendimento e me dá mais segurança — diz Jéssica.
— Muitos dizem que a educação é responsabilidade do professor, mas eu acho que é dos pais. A escola é um complemento para o ensino, pois a educação deve vir de casa — conclui Fátima.
Laudicéia (em pé), diretora da escola Professor Egídio Baraúna, em Lages, conta como conseguiu melhorar o Ideb. A mãe Fátima, também professora, acompanha de perto os estudos da filha Jéssica
Foto:
Vani Boza
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