A Educação Precisa de Respostas | 06/11/2012 14h20min
Caminhar pelas bancas da Praça da Alfândega não faz com que Maria Sperb, aluna do 3º ano do Ensino Médio, e Bianca Nitschke, do 2º ano, lembrem com preguiça das obras complexas de algumas listas de leitura obrigatória. Aos 16 anos, as meninas elencam uma série de volumes que as encantam e argumentam por que outros alunos deveriam lê-los. Com o auxílio de livros que normalmente não são cobrados nos concursos, as estudantes aprendem a interpretar textos, ganham fôlego para vencer as provas e, mais importante, se divertem.
>>> Confira listas de livros preparadas pelas estudantes.
Professora de literatura e português dos colégios Monteiro Lobato e João XXIII, Luciana Grimm foi com as estudantes fazer um passeio pela feira. Para Luciana, o desafio de interpretar exige dos alunos ir além do certo e do errado, buscando vários sentidos e respostas nos textos.
— Não há fórmula para a interpretação. É preciso ler vários tipos de texto, da poesia ao texto dramático, e deixar a imaginação fluir — comenta.
Aprender a interpretar
O começo
Por mais estranho que possa parecer, a poesia é o gênero recomendado pela professora Luciana para iniciar na interpretação. Textos mais populares e com qualidade, como os publicados por Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mario Quintana, Vinicius de Moraes e Affonso Romano de Sant'Anna, podem ajudar o estudante. No caso dos poemas, há lacunas que exigem que o aluno vá além, imaginando e contribuindo para a construção de sentido do texto.
Passo 2
Embora muitos alunos se assustem com o número de páginas de alguns romances, essas histórias costumam facilitar a interpretação. Isso porque há um enredo mais longo, que permite fazer conexões. O Cortiço, de Aluísio Azevedo, é um exemplo de título que atrai pela temática. Autores contemporâneos como Carol Bensimon e Michel Laub são outras sugestões de Luciana. Há também alguns textos curtos, como O Visconde Partido ao Meio, de Ítalo Calvino, que se utiliza de metáforas.
Vá em frente
Os contos curtos podem parecer fáceis, mas, em muitos casos, enganam. Um texto conciso e bem elaborado pode ter muitas lacunas, que permitem diversas interpretações. Por isso, deixe contos como os de Dalton Trevisan para quando estiver mais acostumado com a leitura e a interpretação.
ZERO HORA
A professora Luciana, entre as alunas Maria e Bianca, garimpam nas barracas da Feira do Livro exemplares de boa literatura para jovens
Foto:
Félix Zucco
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