Educação Básica | 04/11/2012 13h59min
Ensinar matemática, defendem muitos especialistas, requer habilidade e um pouco de criatividade também. Quando a disciplina é usada para desvendar os mistérios numéricos do dia a dia, então, é sucesso certo. Pois foi exatamente isso que fez Marcelo Mendes, 41 anos, professor de matemática que atua na área há, pelo menos, 12 anos.
Ele pegou a famosa regra de três, que parece extremamente simples para uns e pode ser muito difícil de memorizar para outros, e aplicou em um assunto factual nas conversas entre adolescentes e dentro de casa: as calorias na alimentação. O professor, que leciona na escola Sociesc, no bairro Boa Vista, em Joinville, mostrou aos estudantes que a regra de três e as calorias têm muito em comum.
Aquela bolacha recheada, o leite integral, o achocolatado e até o pãozinho integral que a mãe insiste para o filho comer precisam trazer obrigatoriamente as informações nutricionais em sua embalagem. Uma delas é o valor energético e calórico. Na maioria das vezes, a indicação traz o valor de uma quantidade muito pequena do alimento.
Em um pacote de 140 gramas de bolacha, por exemplo, a tabela indica as calorias de 30 gramas do alimento.
— E quem come só três bolachas? A ideia é fazer a regra de três para descobrir quantas calorias se consome ao comer o pacote inteiro —, explicou Marcelo, responsável pelo projeto na unidade.
A ideia foi aplicada na turma do 7º ano do ensino fundamental ao mesmo tempo em que os alunos estavam aprendendo a tal regrinha. Os estudantes ficaram responsáveis por levar para a escola as embalagens de alimentos vazias. Em uma cartolina, eles colaram o material e resolveram a regra de três com as calorias de cada produto.
— Os alunos ficaram assustados com o resultado final, com a quantia verdadeira de calorias que consumiam ao comer um pacote inteiro de bolacha. Além da matemática, aproveitamos e falamos da questão de uma alimentação saudável —, observou o professor.
Simpatia pela disciplina e aprendizado
E a ideia pegou entre os alunos.
— Antes, eu não entendia muito bem. Agora que trouxemos as embalagens para a sala e o professor explicou como podemos aplicar na vida real, ficou mais fácil aplicar a regra —, contou Vitória Ullmann Kinas, 11.
— Ficou mais interessante. A matemática foi levada direto para o dia a dia, com coisas que vimos em casa —, complementou Gabriel Moreira Bini, 12.
Segundo o professor, o resultado do projeto foi muito positivo, tanto no aprendizado, quanto na simpatia dos alunos pela matéria.
— Para gostar e entender a matemática, não se pode dificultar. Atividades lúdicas funcionam muito bem.
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