| 01/11/2012 08h21min
Dois fatos ocorridos na Grande Florianópolis em um intervalo de cinco dias demonstram o estado de alerta da polícia. A execução da agente penitenciária Deise Pereira Alves, no dia 26, desencadeou medidas extras de segurança entre policiais do Estado e uma reação fora do habitual no combate ao crime, como no atentado ao agente Gilmar Lopes, ontem, que mobilizou 150 policiais civis e militares.
A execução de Deise Alves, 30 anos, em frente à casa da mãe dela, em São José, na última sexta- feira, fez surgir os sentimentos cautela e tensão entre agentes penitenciários, policiais civis e militares em Santa Catarina, principalmente na Grande Florianópolis.
Integrantes da cúpula das secretarias da Segurança e da Justiça, em coletiva ontem, confirmaram que uma das principais linhas de investigação da morte de Deise aponta para uma represália contra o marido dela, o diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves. A unidade de segurança máxima que Alves comanda abriga condenados de alta periculosidade, como líderes da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense ( PGC). O fato é que desde o assassinato de Deise, as autoridades do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) andam com até quatro pistolas junto no corpo e escoltados por agentes usando armamento de grosso calibre. Todos com coletes à prova de bala.
No dia da prisão dos dois suspeitos do crime, na terça-feira, na Deic, o diretor Carlos Alves estava cercado de pelo menos 10 homens que faziam a segurança de área, sempre formando um círculo em volta do diretor e olhando para todos os lados com total atenção. Situação semelhante ocorreu com o diretor do Deap, Leandro Lima, durante a coletiva de quarta-feira.
Também aumenta cautela com famílias
Entre os agentes de segurança, o momento é de cautela e alerta. O mesmo sentimento ocorre com as famílias desses profissionais.
— Minha mulher está com medo. Ela disse para eu tomar cuidado redobrado. Nós da Polícia Civil não estamos com medo. Arriscar a vida é nosso trabalho, mas estamos preocupados — desabafou um agente que preferiu não se identificar.
A megaoperação desta quarta começou por volta das 16h30min, logo após o policial Gilmar Lopes, 53 anos, ter sido baleado. Imediatamente, os ônibus escolares com os estudantes foram impedidos de entrar na Vila União, Norte da Ilha, ocupada por 150 policiais à caça do atirador. A vítima estacionou o carro numa esquina para entregar um intimação, mas nem teve tempo de descer. De um ciclista partiram os disparos que quebraram os vidros do Fiesta.
Ferido no braço, pescoço e tórax, Lopes conseguiu dirigir até a SC- 403 e parou na frente de uma farmácia. A dona, Alice Fermino, contou que o policial pediu por ajuda porque sangrava. Tratava- se de lesão causada por bala e um curativo não ia resolver. Ele foi levado para o Hospital Celso Ramos e está estável, consciente e não corre risco de morrer.
A busca pelo criminoso durou até o começo da noite. A entrada da vila foi fechada. Os homens que participaram da operação não acreditavam que o crime tem relação com o homicídio da agente prisional Deise Alves. Foram encontrados e detidos dois suspeitos.
Cerca de 150 policiais foram à Vila União à procura do homem que atirou em policial na quarta
Foto:
Daniel Conzi
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