A distorção idade-série e o analfabetismo são dois dos problemas que mais preocupam educadores de todo o Brasil. Reconhecer os profissionais que combatem esses obstáculos do ensino é o objetivo do prêmio Alfabetização 100%, que acontece desde quinta-feira em Porto Alegre.

O evento, promovido pelo Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), reúne 43 professores que conseguiram, em apenas um semestre, alfabetizar alunos que não estavam na série correspondente à sua idade.

— O trabalho que esses professores fazem é fundamental. Enquanto se permite que os alunos aprendam a ler e escrever em até três anos, nós estamos aqui reconhecendo o esforço de educadores que fazem muito mais, em menos tempo— afirmar Esther Grossi, uma das fundadoras do Geempa, que desenvolve seus trabalhos há 42 anos.

Feito através de convênio com o Ministério da Educação, os trabalhos desenvolvidos pela instituição se baseiam no método pós-construtivista, focado na troca e na interação entre educandos e alunos. Participam do programa de alfabetização escolas municipais de todas as regiões do país, sendo que este ano estão presentes professores de 11 estados. Em 2011, o número de alfabetizadoras premiadas foi seis vezes menor. A gratificação pela meta atingida fica clara para os mestres.

— É difícil de acreditar [na premiação]. Nós alcançamos o nosso objetivo, nos doamos, tivemos que nos empenhar bastante. Mas, no final, é gratificante— afirma Rita Silva, que alfabetizou 16 alunos do segundo ano da escola Dom Alonso, em Soure, no Pará.

A cerimônia de premiação acontece na tarde de sábado, na sede do Geempa. Os professores ficam até domingo, com a esperança de retornar muitas vezes. Formar cidadãos com qualidade é mais que um trabalho árduo: é uma atividade contínua e constante.