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Educação Básica  | 26/10/2012 00h33min

Professora é afastada após ser filmada discutindo com alunos em SC

Caso aconteceu em uma escola municipal de São José, na Grande Florianópolis

Atualizada às 08h28min

Uma professora de matemática filmada em sala de aula discutindo com alunos foi afastada temporariamente da turma em Santa Catarina. Os alunos são do 2º ano e estudam à noite na Escola Municipal Maria Luiza de Melo, em São José, Grande Florianópolis. A suposta agressão verbal aconteceu semana passada e veio à público nesta quinta-feira, por meio de um vídeo gravado em sala de aula.

O secretário municipal de Educação de São José, Domingos Bergamin, informou que abrirá comissão para apurar o episódio e avaliar a responsabilidade dos alunos. Ele disse que na reunião na tarde desta quinta-feira com a direção da escola e a Procuradoria do município ficou acertado o afastamento da professora com intuito de "preservar a professora e os alunos". Bergamin disse que a professora é uma boa profissional, que nas outras turmas em que dá aula nunca houve reclamações e que neste episódio ela teria exagerado.

Veja o vídeo da discussão:

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José (Sintram), Juremi Zanetti disse que o sindicato disponibilizou assessoria jurídica para a professora e comentou que é possível que os alunos tenham provocado a docente para que esta perdesse o controle. Juremi observou que existem muitas reclamações de professores de São José sobre a falta de educação dos alunos e sobre as condições precárias de trabalho. Mães de duas alunas envolvidas no episódio registraram boletim de ocorrência.

Contexto ajuda a explicar a atitude , diz psicóloga

A psicóloga Lilia Kanan, que em sua tese de doutorado pesquisou a relação entre professores e o lugar onde trabalham, acredita que nada justifica a atitude da professora que discutiu e xingou uma aluna em uma escola de São José, na Grande Florianópolis. Para a especialista, é possível encontrar uma série de razões que podem ter feito ela chegar a esse ponto.

— Numa relação adulto e professor, o professor é o adulto. Mas se analisarmos o contexto dos professores, esse descontrole dela já deveria ser previsível por quem coordena a escola — diz.

Para Lilia, quando situações são difíceis, complicadas e vêm se acumulando ao logo do tempo, pode-se chegar a um momento de sair do controle. Na pesquisa que fez, em 2008, ela chegou à conclusão de que professor é a profissão mais vulnerável ao estresse, seguidos de enfermeiros e jornalistas.

— Tem sido perversa essa situação dos professores em sala de aula, perversa no sentido de que cada vez mais eles têm menos material para dar conta da demanda. Não há suporte — observa.

Ela ainda diz que famílias depositam nos professores a tarefa de dar limite aos filhos, o que não deveria acontecer. Ela defende que princípios e valores são aprendidos em casa. A psicóloga acrescenta que não existe mais disciplina na escola, como levantar a mão para falar, pedir licença para se retirar ou tratar de maneira respeitosa os professores.

— O filho grita com o pai em casa, ele se acha no direito de chegar na escola e gritar com o professor. Estamos vivendo a ditadura da falta de limite dos alunos.

DIÁRIO CATARINENSE

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