Ensino Superior | 24/10/2012 15h49min
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, cobrou nesta quarta-feira de reitores de universidades federais a elaboração e adoção de políticas de acolhimento para estudantes selecionados por meio da nova Lei de Cotas. Entre as alternativas citadas por ele, estão o reforço pedagógico e a atividade de tutoria.
Durante abertura da reunião plenária do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Mercadante se referiu à assistência estudantil para alunos beneficiados pelas cotas sociais como um desafio. Segundo ele, a pasta também estuda formas de complementação de renda por meio de bolsas de estudo.
— Senão, não há como assegurar a permanência — disse.
O ministro garantiu que o governo tem recebido apoio por parte dos reitores na implementação da Lei de Cotas.
— Podemos fazer uma política que vai, sobretudo, valorizar o Ensino Médio — disse.
Ele lembrou que, em 1997, cerca de 0,5% dos 20% mais pobres do país tinham Ensino Superior enquanto o índice era de 22% entre os 20% mais ricos.
— Viemos de um passado de educação tardia. Nosso Ensino Superior é muito tardio e de difícil acesso para as camadas mais pobres — disse.
Atualmente, dados do MEC indicam que 42% dos 20% mais pobres frequentam ou frequentaram universidades. Entre os negros, o índice é 20% contra apenas 4% registrado em 1997.
— No entanto, estamos longe de ter um certo equilíbrio — completou.
A Lei de Cotas prevê que as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o Ensino Médio em escolas da rede pública, com distribuição proporcional das vagas entre negros, pardos e indígenas. A lei determina ainda que metade das vagas reservadas às cotas sociais — ou seja 25% do total da oferta — sejam preenchidas por alunos que venham de famílias com renda de até um salário mínimo e meio per capita.
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