clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

Editorial  | 15/10/2012 12h03min

De qual escola precisamos

Suze Scalcon  |  Professora do departamento de Metodologia do Ensino, filiada à Sedufsm

A pós uma greve “interminável”, questiono: de qual escola precisamos? Precisamos de uma escola que, ao refletir as contradições da sociedade, espalhe o conhecimento mais rico e desenvolvido que a humanidade já produziu, que rompa com o cotidiano alienado dos alunos, que eleve a qualidade do trabalho educativo para além da preocupação com vida imediata e que opere com um trabalho voltado para a tarefa clássica de transmissão do conhecimento às novas gerações.

Precisamos de uma escola na qual as crianças se apropriem das formas de compreensão mais desenvolvidas, ricas, amplas e profundas, em que a ciência, a arte e a filosofia ecoem como sinos luminosos que, ao balanço de suas sintonias, elevem os indivíduos a condição de seres de domínio de seus próprios destinos. Que não ensine a comemoração e nem o aplauso à lógica econômica. Que eleve a formação humana a compreensões que superem estados patéticos de alienação e de egoísmo. A escola não está distante da realidade, não creiam! Está distante da riqueza do que poderia ser a vida das pessoas, mediante a riqueza do que a humanidade acumulou e muito próxima da vida alienada do cotidiano e do que de pior o capitalismo tem produzido.

Precisamos de uma escola que produza mudanças na vida dos indivíduos, que desenvolva noções mais elevadas, que crie novas necessidades e mais importantes do que aquelas geradas pelo mercado consumidor. Que incite a apropriação de formas de linguagens desconhecidas. O trato com a linguagem rudimentar não promove o domínio da língua materna, mas dirige e aprisiona os futuros às senzalas repletas de troncos, cujas raízes fincadas em glebas privadas, fazem nascer dias tristes, torpes, pobres e, pior, eternos presentes.

O caráter destrutivo e amoral do capitalismo levado a efeito pelo estímulo ao carecimento egoísta de bens tem sido instigado pela escola quando esta se posiciona em favor dos direitos egoístas dos homens privados e à comercialização da humanidade.

Pela ausência desta escola é que encontramos professores universitários que, ao ensinar a seus alunos o convívio fraterno e tolerante com a pobreza da cultura, com a miséria da filosofia, com a negação da ciência e com a ignorância quanto ao valor da arte, exclamam: – “Que mal tem!?”. Estes são os que somente avigoram um estado de plena subserviência aos ditames de um único senhor: o capital.

*Artigo publicado na editoria de Opinião do Diário de Santa Maria


Mais Notícias

A Educação Precisa de Respostas  30/01/2016 16h58min
'Projeto Resgate' entrega apostilas e materiais para alunos de Joinville

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.