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Tecnologia  | 10/10/2012 08h04min

Aplicativos para crianças são tidos como forma alternativa de aprendizagem

Professores, porém, têm dificuldades em tornar os estudos mais atraentes do que as ferramentas

Claudia Nunes  |  claudia.nunes@diario.com.br



Pelo smartphone ou pelo tablet dos mais velhos, as crianças montam quebra-cabeças, aprendem o alfabeto (em inglês) e, com menos de quatro anos, têm contato com números e proporções. Mas as ferramentas que existem à disposição nas lojas virtuais são, de fato, educativas?

Víctor Hugo Espírito Santo Moreira, programador e criador do aplicativo infantil Liglig Learn, diz que a maioria é. Quando se cria um aplicativo para esse público, a equipe, geralmente formada por um programador e um designer, ganha o reforço de um pedagogo para avaliar as informações contidas na ferramenta. Foi assim com a ferramenta desenvolvida por Moreira: ela permite que a criança ligue as palavras aos desenhos correspondentes.

— Uma pedagoga fez o estudo e a separação das palavras porque o jogo tem três níveis de dificuldade - explica.

O programador acredita que o uso das tecnologias dentro de casa auxilia as crianças na hora de aprender em sala de aula. Andrea Lisboa Sohn, mãe de Helena, concorda com essa tese. Sua filha tem quatro anos e, antes de completar dois, já possuía seu próprio tablet. Dentre as sete "telas" de aplicativos que Helena possui, um dos que ela mais gosta é o de quebra-cabeças.

— A tecnologia sempre auxilia porque todas as crianças são cibernéticas. Automaticamente, elas ficam mais espertas para o aprendizado e para a vida - afirma.

Os professores, porém, encontram dificuldades em lidar com as novas tecnologias e torná-las uma aliada na aprendizagem dos alunos, que estão mais interessados em redes sociais e jogos do que aplicativos voltados à educação.

— O que se vê com maior frequência ainda é o conflito entre professores lutando pela atenção dos alunos, que se dividem entre um olhar para a aula e outro para mensagens e aplicativos - diz Luís Fernando Máximo, doutor em Informática na Educação.

Mundo virtual é fonte para a informação

A utilização dos aplicativos, a partir de tablets e celulares, é realizada de forma rápida para conteúdos superficiais e dificilmente a criança dá atenção exclusiva ao "brinquedo". Isso provoca um conflito com as atuais práticas pedagógicas e o modelo de escola vigente na nossa sociedade. 

— O acompanhamento e a disciplina negociada entre as crianças e seus pais ou responsáveis sempre dá resultado e é fundamental para um equilíbrio nesta relação - observa Máximo.

Daniela Justino de Castro, psicóloga do Consultório Perfis, de Florianópolis, entende que o mundo virtual é uma fonte importante para o conhecimento e para a diversão. Até mesmo por conta dos dois viés, os pais precisam acompanhar e se interessar por aquilo que o filho faz com a tecnologia, ainda que não entendam o seu funcionamento.

A psicóloga ressalta que na infância a criança define sua personalidade, e que nessa fase é importante uma diversidade de mediações com o ambiente onde ela se encontra.

— Jamais as tecnologias substituirão a relação da criança com os colegas, com os pais e com outras brincadeiras - destaca.
 

DIÁRIO CATARINENSE
Ricardo Wolffenbüttel / Agencia RBS

Helena Sohn Machado, de quatro anos, brinca no tablet com aplicativos voltados à aprendizagem
Foto:  Ricardo Wolffenbüttel  /  Agencia RBS


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