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Educação Básica  | 29/09/2012 16h02min

Seja um pai educador

Educar não é só transmitir conteúdos, mas passar valores e regras

Uma das melhores maneiras de um pai colaborar para o sucesso do trabalho escolar é dar-se conta de que educação não é só aquilo que a escola oferece. Ela abrange também a formação que o adulto tem obrigação de oferecer a seu filho. Educar não é só transmitir conteúdos, mas passar valores e regras.

O problema é que muitos pais estão se omitindo dessa função e jogando a responsabilidade para os estabelecimentos de ensino. Uma consequência disso é o prejuízo às atividades escolares. Professores costumam se queixar que as crianças chegam à sala de aula sem noção de limites, obrigando-os a gastar o tempo que deveria ser dedicado ao currículo em questões disciplinares.


Dê o exemplo
Se você quer que seu filho seja gentil, responsável e carinhoso, deve dar o exemplo. As crianças tomam os pais como modelo e tendem a imitar seus comportamentos. É muito mais importante não mentir, exercitar-se e comer adequadamente do que dizer para a criança que ela não deve mentir, que deve se exercitar e que precisa comer determinados alimentos. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço" não funciona com crianças.

Respeite a criança
Lembre-se de rir com a criança, mas nunca ria dela, porque isso é desrespeitoso. Brincadeira é quando todos se divertem. Se apenas um ri, é agressão. Configura desrespeito. E a criança só constrói o respeito pelo outro se ela própria é respeitada.

Não negocie o inegociável
As crianças tendem a pedir tudo o que veem. Mesmo que você tenha poder aquisitivo, aprenda a dizer não e a limitar os mimos. Isso dará a seu filho a noção de que as coisas não caem do céu e de que tudo vem com esforço. Deixe claro que o importante não é ter coisas, mas estar cercado de pessoas a quem se ama. Em algumas situações, é possível negociar com seu filho. Se ele não quer ir embora da praça e você pode esperar mais um pouco, não há problema em combinar uma prorrogação de 15 minutos ou de meia hora na brincadeira.

Não troque comportamento por presentes
Tenha cuidado com prometer presentes em troca de comportamentos desejados. A criança precisa saber que nem sempre vai ganhar um prêmio pelo que fizer. É preciso ensinar que as atitudes têm valor em
si, para que elas não se transformem em uma mera relação de troca.

Seja firme e coerente
Deixe as regras bem claras. Não é suficiente dizer para a criança se comportar. Isso é abstrato demais para ela. Diga quais comportamentos são esperados e quais são reprovados. Os pais precisam ser enfáticos e coerentes em relação ao que pode e o que não pode, explicando sempre o porquê. Devem ser fornecidas explicações que a criança seja capaz de entender, e não palestras ou discursos. Nada de papo-cabeça com criança. A lógica infantil precisa ser respeitada.

Dialogue
Converse muito e abra espaço para que a criança fale. O diálogo é fundamental no dia a dia. Conversar e ouvir é mostrar interesse, o que significa que a criança se sente respeitada e aprende a também respeitar. Não se pode esperar a adolescência para começar a conversar. A comunicação se constrói no tempo e por isso deve ser iniciada cedo.

Limite o tempo de TV e de internet
Computador e internet se tornam prejudiciais quando roubam tempo de outras atividades necessárias ou desejáveis. A criança precisa de outros tipos de estímulo e de contato com a natureza. As tecnologias têm importância na educação das crianças, mas é necessário cuidado com os excessos.

Estabeleça horários
Acordar, comer, dormir _ tudo tem de ter horário. A rotina ajuda a criança, principalmente a de menos idade, a organizar seu pensamento e a educa para seguir regras. Falta de rotina, pelo contrário, desorienta. Uma criança não tem condições de decidir que precisa ir dormir porque no dia seguinte terá de acordar cedo por causa da escola. A organização deve ser de um adulto. Isso prepara o terreno para ela própria aprender a se organizar.

Saiba dizer não
Com pouco tempo para ficar com os filhos, por causa do trabalho, os pais tendem a se sentir culpados na hora de dizer não e de impor sanções. Por esse motivo, acabam falhando em estabelecer limites. É preciso saber que em muitos casos se deve frustrar o desejo das crianças _ mas com carinho e respeito. Lembre-se que a criança lê a falha do pai em dar limites como falta de afeto. Se é permitido a ela fazer tudo, entenderá que o adulto não se importa e não a ama.

Dê tarefas domésticas
A partir do momento em que seu filho aprende a caminhar, pode começar a assumir algumas pequenas tarefas, como guardar os brinquedos. Com o tempo, pode ir colaborando de outras formas, como arrumar a mesa das refeições ou ajudar com a louça. Além de educar, essa participação nos afazeres domésticos deixam a criança feliz, porque ela se sente participante.

Favoreça a formação cultural
Desde cedo, leve a criança a teatros, cinemas, livrarias, museus e galerias de arte. Isso vai fazê-la refletir e vai deixá-la familiarizada com a riqueza do mundo das artes.

Fonte: Tania Marques, da Faculdade de Educação da UFRGS


EXERCÍCIO

_ Conforme a pesquisa Educar para Crescer, realizada pelo Ibope, apenas 7% dos brasileiros acham que educação é responsabilidade dos pais.

_ Uma pesquisa feita pelo movimento Todos pela Educação, a partir do questionário Prova Brasil 2009, mostra que os professores brasileiros entendem que a principal causa dos problemas de aprendizado é a falta de envolvimento dos pais. Questões relacionadas ao ambiente familiar apareceram no topo das respostas:


TEMA DE CASA
"No passado, a mãe era uma educadora complementar, que olhava a lição de casa e acompanhava o desempenho do filho. Hoje, pai e mãe trabalham, e toda a responsabilidade é transferida para a escola. Essa ausência dos pais gera na criança uma falta de limites que vai bater na sala de aula. A aula tem só 50 minutos, e uma parte desse tempo precisa ser dedicado pelo professor a questões disciplinares. O conteúdo sai prejudicado. É preciso chamar os pais a assumir uma responsabilidade que é deles, e não da escola. Um bom diretor é capaz de mobilizar as famílias para isso".
Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos pela Educação

Gilmar Fraga / Agência RBS


Foto:  Gilmar Fraga  /  Agência RBS


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