Educação Básica | 27/09/2012 14h53min
Quase 12 mil alunos do ensino médio em SC passam nove horas na escola, em pelo menos três dias da semana. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, 95 escolas estaduais aderiram aos programas Ensino Médio Integral ou Ensino Médio Inovador.
Especialistas consideram a medida positiva, mas questionam o modo de implantação no Estado. Desde o início de 2012, estão em vigor em SC dois planos para o ensino médio nas escolas estaduais: o Inovador, em que os alunos passam o dia inteiro na escola em três dias da semana; e o Integral, em todos os dias na semana. A professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul Leonete Luzia Schmidt acredita que as atividades podem aumentar o repertório cultural dos adolescentes e ajudar no reforço. Mas faz ressalvas:
– Para manter o aluno na escola o dia inteiro, é preciso um conjunto de ações que garantam a permanência dele – considera.
Estado admite que verba não chegou
A pedagoga Mafalda Izidoro, do Comitê de Educação do DC, elogia as aulas de artes, mas diz que são nececessárias condições mínimas. Para o pesquisador de ensino médio da Udesc, Norberto Dallabrida, é preciso mais investimento nos professores, que precisariam dominar um didática especializada capaz de manter os alunos interessados na escola, o que, na opinião dele, ainda não acontece.
A gerente do ensino médio da Secretaria de Estado da Educação, Maike Kretzschmar Ricci, expôs, em entrevista por e-mail, que não é possível determinar quanto tem sido investido nos programas. Mas, admite que o recurso direto ainda não chegou às escolas por um problema burocrático existente entre Ministério da Educação e o Estado. Não há data definida de quando as escolas receberão o dinheiro.
Estudo em primeiro lugar
Ao propor a extensão do período integral na Escola de Educação Básica Cecília Rosa Lopes, em São José, um grupo de alunos comenta:
– Ano que vem não dá, tenho que trabalhar, não é, professora?
O ensino médio inovador é oferecido no primeiro ano, beneficiando 150 alunos. A intenção é ampliar. A diretora, Maria Augusta Ventura, conta que houve um trabalho de convencimento junto aos alunos.
– Explicamos que, em vez de ir para um subemprego, podem ficar aqui e aprender mais, ter mais subsídios para entrar em uma faculdade. Outra dificuldade é a falta de verba, pois os R$ 70 mil prometidos pelo MEC não chegaram.
A limitação de recursos também é sentida no Colégio Aníbal Nunes Pires, em Florianópolis, que oferece aulas em tempo integral para 41 estudantes. Eles reclamam da falta de armários para guardar o material, e os professores pedem equipamentos novos para os laboratórios. O jeito é improvisar. A sala de convivência era a antiga cantina, e conta com sofás que estavam esquecidos.
Na Escola Cecília Rosa Lopes 150 estudantes participam de atividades no contraturno
Foto:
Julio Cavalheiro
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